"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

segunda-feira, agosto 25

Discussão entre o corpo, a alma e a palavra dita

Dormi e acordei várias vezes, algumas delas sobressaltada com imagens perturbadoras, de um diálogo possível...

Durante o dia tive momentos de total concentração e outros em que mal sabia quem eu era realmente. Contudo, em todos os momentos havia um pouco de você, ora algo que havia dito, feito, ora alguma coisa que eu gostaria de ter lhe falado e não tive coragem, oportunidade ou aquele jeito certo de fazer as coisas.

Repeti internamente que não poderia arrancar minhas máscaras aos seus olhos, nada mudaria, o tempo não iria parar, o vazio que sinto não seria preenchido e, talvez para você não passasse de uma informação inútil, que seria esquecida no instante seguinte. 

Nem com todas as possibilidades analisadas, minha mente encontrou uma espécie de conforto. Aquela máxima de que chorar faz bem não tem surtido o mesmo efeito de antes. E meus olhos não param de arder... Resultado dos mergulhos nas profundezas do mar contido em mim mesma. 

Eu apenas sentia a necessidade de admitir que nunca deixei... acho que não consigo. Ainda não.

Mesmo ciente de que você já saiba, admitir tem sido uma necessidade. Não espero que expresse nada, não imagino além de palavras que possam me magoar. Talvez um alerta mencionado anteriormente, como se o fim fosse apenas unilateral. 

Me calo, apenas calo, quando noto incongruências no seu timbre. O corpo diz, a alma tenta assimilar e a boca rejeita.