"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

quarta-feira, dezembro 30

Mais mortal

 Hoje fui racional, já não lembrava da sensação desde que perdi meu controle remoto…
  Senti um misto de saudade, raiva, perda, ganho, tristeza, alegria, compaixão, dor, liberdade, prisão, prazer… tudo hoje.
  Quero minha vida de volta, ter controle sobre mim outra vez.
  Quero ter vontade de planejar, não sentir afetação… Já me afetei demais, fui “afetada”.
  Lembrei de onde sempre tirei minhas forças, da raiva, e há tempos não sentia.  “Não entro em uma briga, tão pouco corro delas” durante muito tempo, nem sei mensurar quanto, esse foi meu lema, minha armadura, minha pele.
  Mas, amor demais, te deixa doce, suave… E as pessoas não devem ter dúvidas quanto a participação delas nisso tudo. Não sei se acredito no acaso, duvido menos ainda. Já fui descrente, hoje não sei se creio menos ou mais. Minhas dúvidas me conduzem a raciocínios lógicos.
  Senti que também posso fazer amigos, e abraçar as pessoas sem sentir medo dos micróbios, rsrsrs.
  Ouví-las, falar com elas. Reconhecer o brilho no olhar, mesmo que seja de dor, de amor. De satisfação, de sonhos.
  Quero sonhar também, chega de pesadelos…
  Mas os dias todos iguais não são suaves, nem doces o tempo todo.
  É hora de descer do pedestal em que me colocaram, sujar os pés, suar mais, porque chorar eu já sei…
Meu sistema teve um up grade, agora aprendi a sentir mais. Falta retomar planos novos. Sentir, sentir, sentir… Essa palavra tem um significado maior para mim nesse desfecho de ano.
Quero uma alma nova.
Percebi coisas novas, pessoas, sensações, me sinto mais humana, mais mortal.

segunda-feira, dezembro 28

As duas partes do FIM


O FIM de sábado
  Na verdade soou mais como discurso que fez com que as mentes das pessoas presentes viajassem naquela “onda” toda, instigando-nos à mergulhar na paixão pelo cinema e fomentar a "atitudes" cujas proporções possam ser maiores, no que tange a participação sem cunho financeiro, pelo simples ato de falar sobre cinema, para enriquecimento intelectual e prazeroso (adorei esta última).

  Se ampliarmos nossa óptica quanto ao tema, isso é muito comum, basta apenas uma organização que estimule a divisão de idéias concomitantemente.
  Fui surpreendida algumas vezes completamente imersa na proposta, pensava com meus botões (apesar de na ocasião não usar nenhum, como seria fazer onda com filmes e tals). Confesso que até me senti um tanto incomodada, queria mais espaço para o fomento dos meus pensamentos, resultantes do discurso inflamado e instigante do Tuto Pessoa membro do FIM. No início o áudio deu trabalho para os organizadores, mas o ambiente da Fortaleza proporcionou um charme de autenticidade.

  Salvo a palestra do Felipe Garcia, historiador - USP, não foi o lance dos vídeos em espanhol, até aí tudo bem... Mas, meu espírito não estava muito receptivo às discussões subversivas… Não alcancei o que ele quis transmitir, me bloqueou principalmente as pausas da sua fala que usava como bengala para a organização de suas próprias idéias algo como: É…
  Várias vezes ele fez isso, tantas que comecei a contar e me perdi completamente do propósito que era discutir o potencial do audiovisual dentro da sociedade civil organizada, o que ele no primeiro momento afirmou (até onde pude prestar atenção) que não se tratava unicamente da sociedade civil organizada…

 Domingo dia 26 de dezembro na porta do FIM. Enfim, senti fome e saí fora.
   Voltei para a palestra sobre edição, que não me perdôo por ter esquecido o nome do palestrante… Muita bacana mesmo, mostrou trabalhos daqui, que por ignorar completamente, as pessoas deixam de reconhecer o que é da “terrinha”. Até troquei uma idéia com ele depois.

  E curtas muito interessantes como o Cine Zé Sozinho - CE, que conta a história de um ex-roçador de algodão… apaixonado por cinema. Quando Zé Sozinho falava de cinema o olho dele brilhava de um jeito que prendia o nosso olhar no dele. Me fez pensar que dane-se fazer o que não dá dinheiro… Além de alguns problemas comigo, com os quais não tenho sabido lidar direito, ainda ando bastante frustrada profissionalmente. Enfim… Lamúrias à parte, o curta é incrível.

  A Festa dos Caretas – TO (o nome na programação do FIM é Cartas de Lizarda), foi outro curta de uma sensibilidade sem igual, uma pesquisa minuciosa sobre uma cultura marginalizada resistente ao tempo, cuja existência é rejeitada pela igreja católica (achei o máximo isso). Logo após essa exibição  fomos embora (fiquei preocupada com meus amigos que pudessem estar entediados, arrastei-os comigo para o FIM, pena meus pais não terem ido também).

O FIM de domingo…
  Dia cinza, do jeito que eu gosto.
  Palestra com Regi Cavaleiro, sobre a cinematografia mundial, desde o cinema mudo até as produções mais atuais. Uma viagem rica em linguagem e estética, rolou uma participação maior por parte dos presentes, principalmente quando o “Cavaleiro” defendeu a genialidade de Orson Wells, Tuto Pessoa e Alexandre Brito que o digam. Dominique falou mais com o corpo do que seus argumentos limitados e repetitivos conseguiram dizer, foi porrada a discussão (valeu a pena estar lá). Concluída com um sonoro: “Cinema é arte para ser admirada e não discutida” do Reginho. (Não sei se a frase é dele, mas de qualquer maneira ele disse).
  A mostra independente segurou todo mundo nas cadeiras “confortáveis” daquela sala com teto de cantos arredondados, um pouco claustrofóbica, mas recheada de suspiros ansiosos, a cada cena corações na boca, (falo por experiência própria) e aplausos:
Photoradioatividade – AP;
R$ 0,05 – AP, com um final bastante criativo;
O peso da feira – AP;
O pássaro – RJ (merece destaque “carnal” rsrsrs);
Isto não é título – RJ (ganhei a noite com esse curta);
Pequeno – AP;
Anônimos – RS;
  Agora o que me fez chegar em casa mais cedo foi Faltam 5 minutos – RS dos hermanos gaúchos, achei horrível, e olha que não foi por se tratar do “Inter de Santa Maria”, apesar das imagens simultâneas dos narradores, espera: Vou explicar melhor: O curta narra a história do esporte clube Interacional de Santa Maria, que disputava o último jogo do campeonato gaúcho de segunda divisão com o Pelotas, são os 20 minutos mais longos para quem ficou sentadinho naquelas cadeiras “confortáveis” assistindo a alguns senhores babões berrando por um time de futebol. Na boa, depois desse murchei, para não dizer que não falei de flores…

  Em síntese o FIM deste ano foi muitíssimo interessante, não compareci aos anteriores nesses 3 anos e meio que moro em Macapá, por motivo de força maior, mas sei que houve a inovação com as palestras… Dá uma vontade enorme de produzir também, né?
xxx
  Saí bastante frustrada, fiquei assim pelo resto da noite em função da minha viagem para Algodoal ter mixado. Queria tanto fugir daqui… Fazer o quê. É óbvio que outros motivos me deixaram bastante abatida também, mas se não me matarem, me farão crescer…
Se virem uma gigante por aí, sou eu tá?
Ah, não posso deixar de registrar aqui, que vi um monte de gente que adoro, admiro para caramba e que estava morta de saudades!

sábado, dezembro 26

Subconsciente

  Era madrugada, não sei que horas…

  Lá estava ela na minha janela, eu gritei de susto quando a vi.

  Vestia roupas pretas, seu rosto estava pálido. Minha primeira reação a assustou também, mas ela não se moveu dali, seus olhos arregalados me encararam com piedade, como se fosse ela quem precisasse de ajuda.

  Enquanto eu tremia de medo, eu corri para fora do quarto, e lá estava ele na outra janela, eu corri de novo, e aquela música não parava…violin Ainda a ouço.

  Ela, dor, ele, sofrimento, antes de voltar para o quarto senti mais um olhar sobre mim:

Agora era ela… a solidão.

Acordei sobressaltada. Calma, só mais um pesadelo.

Hoje é sábado e o “FIM” está próximo.

Obstruções, insônia e vida real

Tá difícil dormir hoje…

Tô viajando um pouco… Meus pensamentos meio tortos, talvez inteiramente.

Uma noite dessas, não sei ao certo quando. Sonhei que precisava passar por um caminho apertado, totalmente claustrofóbico… Eu conseguia apesar das dificuldades, do medo, não estava só. Porém, quando finalmente conseguia atravessar, o caminho se repetia, mais uma vez, e mais uma, era possível ver quantas vezes mais ele iria se repetir, não havia volta, nem outra saída…

Só aquele caminho que se repetia. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

Então, ficarei por enquanto com uma letra cifrada, e uma estrofe não cantada, de uma música que nunca ouvi. Que fala de “vida real”…

Quando perco o sono, sem criatividade para escrever, nem poesias, nem contos.

E, de meus sonhos, já nem sei.

sexta-feira, dezembro 25

Céu…olhar

E, se Deus fosse menina? Hoje olhei mais tempo para o céu, ele parecia olhar de volta…

Perdi meus pensamentos por entre as nuvens, não quis mais voltar…

Voltei.

Me fiz mil perguntas, respondi algumas, outras deixei estar…

Fiz amigos. Outros sempre estiveram comigo…

Acho que tem alguém olhando lá de cima…

Viagem. Não sei!

Algumas coisas foram igualmente diferentes, outras não.

Vou tentar não fazer planos.

quinta-feira, dezembro 24

Noite de pré...

Foi pré pré-natal... Nem te conto! Rsrsrs Pré-alguma coisa, não importa.
Foi uma noite para esquecer o próprio nome.
Primeiro um frio no estômago antes de sair, a ausência de indecisão na hora de escolher a roupa (sim, isso de fato pode ser um presságio, por fugir a regra).
Na paz. Segue o destino como ele deve ser, eu acho.
Emoções todas misturadas, ansiedade, medo, relutância, covardia mesmo, excitação e muitas outras mais. Vamos mergulhar nas ondas.
Depois de contratempos, resta relembrar o que foi vivido até então. Confusão de lembranças, por que será? Rsrsrs.
Lembro que eu havia acordado relativamente cedo, me arrumado cedo também para o trabalho, e meu almoço era dois pedaços de pizza, um de quatro queijos e o outro de calabresa, um copo de soda, só. À tarde um pedaço de bolo de chocolate, recheado de tédio e foi isso. Esqueci que não havia jantado, na verdade era um passeio de nada, talvez comêssemos algo, esqueci de comer.
E, não havia fadas. Só um estado meio anestesiado depois de tudo até ali, e olha foi muita coisa.
Esqueci de lembrar, esqueci de esquecer. Dormi.
Ops, já é de manhã e não me lembro de ter chegado em casa, estou tão bem. Acho que sonhei demais.
Aff! Não era sonho, devo admitir que realmente ou talvez, haja uma pequena possibilidade, das fadas existirem sim!

quarta-feira, dezembro 23

Fim

  Substantivo masculino para término, conclusão, extremidade, morte, resultado, desígnio, alvo, causa, final das contas, para concluir, por último e finalmente.
  Mas, não é desse fim que quero falar…
  Toda a história tem início, meio e um fim…
  Mesmo que o fim não seja um final feliz, mesmo que o final não tenha fim, acaba e é o fim.
  Porém, um fim em sentido anti-horário só tem um, e este já é o sexto.
  Um FIM esquizofrênico, atraente e nada convencional, este sim é o FIM almejado todos os dias.
FIM 2009 - 6ª Edição Rodando em sentido anti-horário.      Mente quem diz o contrário, poderia até ser um FIM pelo início, o que geraria um novo fim.

Este FIM, é mais do que chegar simplesmente ao destino…

Este é o fim em seu próprio eixo, um fim que todos gostariam que fosse possível para algumas situações, ou não:
  Rodando em sentido anti-horário no Auditório da Fortaleza de São José nos dias 26 e 27 de dezembro, não perca!
Clique na imagem para ver a programação.
Ah, e compareça!
Ou você não está curioso para saber como é o FIM?

terça-feira, dezembro 22

Inspiração

Mais do que encher os pulmões de ar,
Do que seguir conselhos,
Do que pausar o quarto do compasso, da música;

É sentir razão, quando a emoção se sobrepõe,
Ela vence sem fazer força, as suga para si...
Escraviza e corta idéias, as rouba tão somente.

Remete ao estado melancólico que consequentemente,
Remete a saudade...
De algo que se perdeu, ou nunca se teve...

O poeta sofre de um amor não correspondido;
Cuja “inspiração” não existe...
Só em sua mente.

Uma mulher que não erra,
Que traz no riso a esperança de dias melhores,
Que tem no colo mais que um local para abrigar sua mente no leito.

Ele a mantém numa redoma de perfeição,
De onde não sairá jamais,
Porque ela não existe!

As reais se prendem aos seus escritos,
E morrem tentando ser o que não é possível,
Todas querem ser também “inspiração” de alguém.

“Inspiram” e respiram como se o ar não fosse suficiente para mantê-las vivas,
Soluçam, choram compulsivamente,
Tudo pelo impossível.

Contudo, o iminente é algo que está próximo a acontecer.


segunda-feira, dezembro 21

Bem vinda

Corri tanto atrás do tempo,
Reclamei muito por vê-lo de costas,
Ele ouviu.
Irritado correu em minha direção e me abraçou,
Tão apertado, que estalou os ossos do meu corpo, me deixando sem ar.
Depois disso, me abandonou.Que meus olhos sejam capazes de ler além das entrelinhas...
Agora o tempo não passa mais pra mim, nem volta.
Pedi socorro a luz e ela pegou carona nos olhos de um amigo;
E a chuva apenas consolidou…
Também choveu nos meus olhos, então pedi a chuva que parasse:
Pára-raio,
Pára chuva,
Pára a tempestade no meu peito, mas pare.
A chuva silenciou e as reticências se completaram para não haver mais dúvidas.
...mas se não forem, me deixe aqui. E, nessa noite que durmo só, não quero pensar em nada, nem em ninguém, só preciso entender o que as batidas desse coração têm a me dizer, mesmo que seja: “Bem vinda solidão!”

terça-feira, dezembro 15

Par - tida

P1050999  Ela se atreveu olhar pela janela…

  Viu coisas que nunca tinha visto e sentiu…

  Emoções e sensações nunca antes vividas,

  Que fizeram com que a felicidade lhe tomasse o corpo,

  Envolvesse alma e lhe fizesse promessas…

Ela creu em todas!

Hoje não há nem o esboço da mulher que um dia ela foi…

E ela, apenas se foi!

segunda-feira, dezembro 14

Quando os passos não tocam o chão II

E era um dia, e não era um qualquer…

Mas com certeza haviam pássaros,

E não era preciso que fosse a cotovia…

E o peito não dói mais,

Mas, guarda algo que não cabe mais lá…

Seria mais e foram alguns…

Momentos…

É possível sim, tocar as nuvens!

domingo, dezembro 13

Reflita se puder…

Se surpreendeu pensando em Shakespeare,
Nos versos que quando menina sonhava ouvir,

Idealizou um vestido...
E um homem bonito,
Pra quem pudesse se despir,

E lembrou que era fria,
Lembrou do que temia...

E, que havia morrido muitas vezes...
Esqueceu porque morria,

Esqueceu de todos eles!

sábado, dezembro 12

Quando os passos não tocam o chão

O sol deve estar com vergonha...de todo o mal que ele faz, pena só ele ter consciência às vezes.   Saí para caminhar... Ainda sinto meu peito doer, estou tão cansada.

  O vento está bom, toca meu rosto de leve. Adoro dias cinza, me faz lembrar de casa.

  Quis ficar um pouco sozinha, pensando... 

  Acho que o sol ficou com vergonha. Ainda bem, não gosto dele... Incomoda.

  Não sinto como se estivesse caminhando, mal toco o chão... Será que morri e não sei. Se a morte for assim, então tudo bem.

  Muita gente, nenhum rosto.   Talvez eu procure algum, mas não quero ser vista, não quero ter nenhum.

  Cansada, sem ar... Talvez eu volte para casa. Quem sabe eu sente aqui na calçada e espere a dor passar? E se ela não passar?

sexta-feira, dezembro 11

Um soneto para Vanda

   Vanda vivia sozinha num apartamento no sexto andar. Tinha vinte e poucos anos. Havia se mudado não fazia nem um mês.
   Gostava de todas as cores, desde que todas elas fossem “pretas”.
   Era pálida, com um semblante de morta.
   Os vizinhos desconheciam Vanda, mas gostavam de admirá-la. Ela chegava do trabalho, ascendia as luzes, limpava todos os cantos, uma sala pequena com dois ambientes, bem em frente à janela.
   Na primeira porta a direita o quarto, com cama de casal e um guarda-roupa, uma TV e um aparelho de som. Na porta a esquerda a cozinha que dava acesso a uma varanda pequena.
   Daquela altura dava para ver parte da cidade, e a noite só eram as luzes...
   Lá embaixo tinha uma casa grande, com piscina. E a observavam de lá. Vanda se debruçava no parapeito, já que não tinha sacada. Olhava por horas para o nada, sonhava, sonhava. Quando se dava conta, olhava para baixo e quando avistava olhares curiosos, sumia.
   Não estava tão quente, mas à noite ventava um pouco, as cortinas voavam, parecia sombrio...
  Ouvia som muito alto, uma música triste, que ninguém sabia, ora mudava, pra outra mais conhecida, um cd com voz feminina, que de tanto ouvir, o casal gay do sétimo andar, comprou igual. Quando a música não vinha da casa de Vanda, era da deles.
  Vanda falava pouco, era muito séria. Delineava os olhos, como estratégia para manter os olhos dos outros nos seus. Ninguém percebia assim suas mãos trêmulas.
  Não tinha namorado, havia cicatrizes em sua alma bem recentes, de dois anos antes. Que a deixaram mais amarga. E ela se armou. De subterfúgios, para não sentir mais dor.
  Mas, mesmo assim, Vanda tinha chama para os homens, não precisava fazer nada, às vezes acontecia... Eles desejavam Vanda, sem ela saber. Um dia lhe diziam... Até aquele senhor sem graça, que trabalhava com ela, lhe dava bom dia e mais nada, tinha uma esposa muito brava, a quem ela tratava bem, só com Vanda ela falava.
  Depois de um ano, ele se aproximou do balcão e do nada disse:
- Ontem sonhei com você.
Sem levantar a cabeça, concentrada em suas anotações, Vanda perguntou:
- Ah, é? E o que o senhor sonhou?
- Que você estava de lingerie vermelha.
Vanda levou um susto, o fitou rapidamente e ele completou:
- Foi quando acordei com minha mulher me esmurrando para eu levantar.
  Vanda não falou nada, só ficou olhando aquele senhor se afastar.
  Sentiu vergonha e buscou na memória o que havia feito de errado pra despertar um sentimento assim, naquele senhor tão calado.
E foi para casa, não pensou mais nisso. Deixou para lá...
  Ela sentia uma solidão só dela, às vezes chorava, os vizinhos pensavam que Vanda não iria durar muito... Achavam que dores da alma fazem padecer rapidamente. Vanda não se abria com ninguém, não tinha amigas, não sentia falta.
  Vanda não era calminha, não entrava numa briga, mas não fugia de nenhuma delas. Encarava quem quer que fosse e não perdia sua razão. Vanda não tinha mais medo, exceto de emoção.
  Na cozinha toda branca, pequena e arrumadinha, Vanda fazia comida de microondas, deixava tudo pronto para o dia seguinte, chegava na hora do almoço, requentava, dormia seminua para não ter trabalho de tirar nada, eram só quinze minutos. Acordava com o despertador do celular, se banhava em água quente, se vestia e voltava para o trabalho, há uns dez minutos dali.
  Depois tudo de novo... no outro dia e, no outro...
  Vanda se apaixonava, mas não era por ninguém que a amasse, era pelo impossível, por alguém que a enxergasse, ela só não sabia das outras pessoas, não interessava. Narcisista, incoerente, dentre tantas outras coisas, essa era Vanda.
  Ouvia música estranha, não escrevia há anos. Conversava com os pais ao telefone todos os dias, pelo menos uma vez, e se queixava da vida... E, de saudades.
  Vanda emagrecia, já era magra, agora cadavérica.
  Mais um havia se declarado a ela, e lhe roubado um beijo, então Vanda fugiu, entregou o apartamento e mudou de cidade.
Mudou de estilo, ficou mais agressiva, estudou a arte de afastar pessoas, falava sem parar, falava o que pensava. Passou a usar colorido, e usar um cabelo diferente, deixou bem comprido...
Dispensou mais rapazes, até que um persistiu, persistiu. Vanda cedeu... Ficou com ele, o que não impediu de despertar outros mais... Não fazia por mal.
Lembrou que um dia amou Shakespeare, e desejou quimera.
E ela pensou em recitar Vinícius de Moraes...
Pensou em outro rapaz;
Pensou tão profundamente que descobriu,
O quanto doía,
E doía demais...
Vanda hoje quer fugir novamente, só não sabe para onde.


Um soneto para Vanda
E se calava só, e só calava.
Olhava para o mundo e fugia.
O medo a fez perversa, a encurralava;
Tinha sentimento profundo, mas omitia.



A voz embargava, nó que a deixava sem ar
Se alimentava de dor, sem mastigar, engolia;
Com a verdade, a maldade reclamava seu lugar,
De olhos marejados e alma pobre pedia...



É suspeita por amar demais,
Tem n’alma uma chama pesada
Ataca antes e defende mais


Antes de dormir sofre calada.
Ignora tudo, mesmo culpada
Mantém um desejo de voltar atrás...


Num tempo que sonhava ser amada.

E se calava só, e só, calava.
Sentia culpa, lhe faltava paz...


Vanda! Detrás dos teus olhos tens uma alma levada.

(Um conto e outros pontos por H. Cortezolli)

quinta-feira, dezembro 10

Não olhe no pote

   Durante a tarde… logo cedo tenho vontade de escrever e não posso, não quero anotar, queria postar na hora que as coisas acontecem (ou quase), que me vêm à mente. Depois, quando chego em casa, não lembro mais. Onde foi parar o T?

    No trabalho é só contagem de horas, minutos e segundos. Mas os trinta últimos minutos da tarde antes das seis, são os que demoram mais a passar. Já terminei esses aí, admito leio romances bestinhas, pelo menos leioP1060211…os romances…bestinhas. Ai,ai, e gosto muito.

    Meu pote de idéias está vazio.

     Já troquei o dia pela noite, passo as madrugadas em claro… Febre de novo, será psicológico, o que eu tô fazendo comigo?

    Meu corpo todo dói. Sinto muito mas, não consegui fazer nada do que havia planejado. Não retoquei a exposição, nem saí pra filmar nada… Logo hoje que era dia de pontos finais!

   Vou ficar jogada aqui, tá?P1060234

quarta-feira, dezembro 9

Posse

Por aí...quem sabe eu veja o que falta em mim e me aproprie?

  Eu sei que agora tenho mais tempo, deveria postar mais. Confesso até que não há justificativas para minha falta de criatividade. Muitas idéias têm borbulhado na minha mente…

Mas, quero um tempo só para mim. Pra olhar tudo por aí, ver as expressões nos rostos das pessoas que eu nunca notei, lugares que ignoro totalmente…

  Tenho mergulhado em histórias que não são minhas, mas que eu gostaria que fossem, pelo menos em algum momento da minha vida pensei dessa forma. Tá tudo meio imóvel e inerente ao mesmo tempo, a esse movimento oscilante entre o que sinto, penso e falo.

  Quero me apropriar do meu tempo e, meu porto seguro é meu quarto, minha cama, meus livros e você.

segunda-feira, dezembro 7

Na banca

  Iniciou hoje o período de defesas dos Trabalhos de Conclusão do Curso de jornalismo. Teve muita gente suando frio do lado de fora das salas reservadas especialmente para “a hora da verdade”.

  “É hoje o dia da liberdade “, palavras do Alieneu. Fui a faculdade só para assistir a defesa dele…

Confesso… Deixa pra lá, não confesso nada, o importante é que ele passou e com uma nota bem bacana.

  Tava marcado para às 19h, mas não sei por que cargas d’água atrasou o primeiro e teve um efeito dominó daqueles… Vou manter a minha língua felina guardada, não irei falar sobre o problema que têm os relógios amapaenses. Deve ser a latitude e longitude zero. Só pode (¬¬ você achou mesmo que eu não iria falar mal, é?)

  O TCC do Alieneu Pinheiro, foi defendido na Sala 307, sua monografia intitulada “O Fotojornalismo na capa do Jornal Diário do Amapá: Uma análise comparativa com as fotos publicadas nas capas do jornal Folha de São Paulo, foi julgada pela banca composta pelo professor da UNIFAP José de Vasconcelos (o cara manda bem para caramba, já tive o prazer de assistir uma palestra dele e, tem um sotaque gostoso de escutar), e pela professora Jacinta Carvalho, o orientador (ou não ) foi o professor Alexandre Brito.

E essa foto foi antes da defesa, o Alieneu estava muito nervoso e emocionado… Valeu, né?

Alieneu Pinheiro, foi o primeiro a afirmar que eu podia ir para tv (mesmo que essa não seja minha vontade), fizemos um trabalho bem divertido juntos sobre o Seama Juris, não deu em nada mas fez os laços de amizade se ajustarem. Taí a foto. Parabéns amigo!

Vampirizando

vampTô sem motivação para escrever, meio triste, minhas histórias sem finais felizes, muito baseadas em fatos reais. Cheios de fantasias e frustrações.

 Desculpe não atualizar mais, tanto quanto antes. Estou lendo livros, quero lê-los aos montes…

Fiz novos amigos, para absorver novas energias. Minhas fontes inexoráveis já se esgotaram… Não rendem mais.

Anteontem pensei na chuva sim… Adormeci com o notebook no colo. Acho que morri ou me mataram. Secaram minhas poesias também. Já não têm rima, perderam a alma.

 

  Lamento!

 

Fui salva por conversas proveitosas, que não tinha a muito tempo, põe tempo nisso…

 Já arrumei o problema com a publicação dos comentários, peço desculpas, agora não será preciso pôr as letrinhas de confirmação. Por favor comentem, minha alma nova está sedenta de sangue novo, do velho também serve, desde que esteja quente.

 

P1050988   Beijo. 

Ninguém sabia



(Conto...por H. Cortezolli)

Tinha cabelo desgrenhado, com um franjão que cobria os olhos, comia sucrilhos no café.
Usava uns tênis all star surrado, que ficava jogado pelo quarto junto com as pilhas de roupas sujas, revistas de mulher pelada... Tinha uma parede pichada, de lembranças dos amigos mortos...
Não usava celular, pra não ser encontrado, tinha um ateliê na rua principal, na casa velha que era de seu avô.
Chamava o pai de senhor e a mãe de vizinha... Seu irmão gêmeo morreu atropelado. Nunca mais andou de bicicleta.
Só tinha olhos para menina mais feia da escola.
Ela usava óculos, uma trança até a bunda, não falava com ninguém. Ele sonhava com ela todas as noites, pensando em tirar os óculos e aquelas roupas sem graça e descobrir uma mulher linda. Com pele suave e perfume de rosas. Acordava com a cama molhada.
Ele a ignorava, fingia que ignorava durante o dia, porque ela não o via mesmo.
A seguia todos os dias depois da aula, já sabia onde morava.  Sentava na esquina e esperava ela entrar no prédio. Do outro lado da rua ele via as luzes do apartamento ser ligadas, ela abria as cortinas e sumia.
Todos os dias, durante três anos. Era essa a rotina de Felipe.
Era o momento mais sagrado.
Giovana era o nome dela. Ele sabia desde o segundo dia que a viu. Invadiu a sala dos professores, fez uma cópia da chamada, conferiu os lugares marcados, entrou na sala errada; De propósito, tudo para vê-la de novo e lá estava ela. Sentada na última cadeira perto da janela.
Tudo nela era estranho, tinha uma aura negra. Não deixava ninguém se aproximar, lia todos os livros que encontrava, escrevia o tempo todo, num caderninho que parecia um diário, mas tinha uma capa preta de couro.
Esse mistério em volta dela, que fez ele se apaixonar.
Seus poucos amigos não sabiam.
Ele pintava camisetas, com desenhos abstratos. Ganhava uma grana boa, desde os 14 anos.
Chegou a época do quartel, ele disse que iria para faculdade, foi liberado. Não serviu!
Saiu da cidade para fazer artes plásticas. Ficou obcecado pela menina estranha... Foram mais cinco anos.
Na faculdade comeu um monte de vadias, das mais corpulentas às de corpo de tábua. Nunca tirou a garota estranha da cabeça... Nunca se envolveu de verdade. Pensava nela enquanto possuía as outras.
Voltou para cidade não tão granado, mas dava pra ter o básico, um canto para dormir sossegado, um carro para fugir da chuva, todo peliculado. E parou bem em frente ao prédio, aquele onde ela morava. Pensou:
Será que ainda mora ali?
Desceu do carro, foi até a farmácia em frente, cantou a balconista. Ajeitou o cabelo, a camisa azul e o jeans surrado, continuava com os all star velho, para dar sorte.
Pelo espelho da farmácia viu uma mulher incrivelmente linda. Num vestido que arrastava no chão, carregando uma caixa de papelão, parecia pesado...
Se despediu apressado da bobinha da farmácia, e atravessou a rua, enquanto ela ainda está lá, tentando entrar.
Se ofereceu para ajudar e quando ela o encarou...
(É ela!).
Ficou sem voz, não conseguiu pensar no que dizer. Não disse mais nada.
Ela olhou por alguns segundos e entregou a caixa a ele, se virou e abriu o portão do prédio. Fez sinal de leve com a cabeça para ele entrar. Caminharam até o elevador, apertou o botão do quinto andar. Eles entram, e aquele silêncio interminável... Capaz de fazê-lo ouvir as batidas do próprio coração, acelerado...
Entraram no apartamento 503.
Com uma sala ampla, cortinas brancas de renda, na janela, como as que ele a via abrir antes de sumir pela casa...
Ela entrou foi até o outro cômodo, ele sentou no sofá e deixou a caixa do lado.
Deu uma boa olhada em volta.
Sofá cor de vinho. Tapete alto bege, pelos cantos estátuas de gesso, na parede um quadro enorme dela.    Com um vestido esvoaçante branco, quase transparente, cabelos soltos que cobriam seu corpo, os manteve compridos.
Afinal se passaram 5 anos, podia tê-los cortado, ainda bem que ficaram assim...
Ela volta e trás um copo d’água numa bandeja de prata. Ele aceita, bebe olhando para ela. Ela também não desvia o olhar...
Ele não sabe o que fazer, não lembrava mais como havia chegado até ali, não disseram nada. Só se olharam... Muito.
Ele se levanta e faz menção de ir embora e ela segura sua mão, leva até aquele rosto pálido e finalmente diz alguma coisa:
- Por que demorou tanto?
- Eu estava por aí.
- Vai ficar?
- Não sei dizer.
- Fica.
Naquela noite fizeram amor.
Depois de tantas mulheres que ele havia tido, aventuras e sacanagens. Era a primeira vez que ele fazia amor e sentia tanto prazer que parecia doer.
Era amor de moleque, sonhava com ela, a feia, esquisita, que lhe fazia companhia nos sonhos mais íntimos...
Estavam ali entregues, nos lençóis de cetim brancos, da cama dela. Naquele apartamento enorme, só os dois.
E não sabia quase nada, o que havia feito esses anos todos. Foi então que abraçados depois do auge... Ela disse:
- Quis morrer muitas vezes, hoje seria a última tentativa. E rezei para que o homem da minha vida batesse na minha porta hoje. No fundo eu sabia que seria impossível, mas tinha esperança. Então você voltou. Não tive dúvidas. Não posso deixá-lo partir nunca mais.
Ele olha pra ela e pergunta, e meio confuso, com medo da resposta, mas precisa saber:
- Você sabe quem eu sou?
- O único que me amou desde o colégio, que me seguia.
- Você sabia?
- Sempre soube, eu o sentia a cada esquina. Via seu reflexo nas vitrines das lojas. No início sentia medo.   Mas, quando você saiu da cidade, eu me perdi. Os livros não me faziam mais companhia e perdi minha motivação para escrever.
Ficaram juntos por cinco meses. Os mais felizes de sua vida. Ele ainda pintava, ganhou mais dinheiro naquele período do que nos anos que esteve fora. Ela voltou a escrever. A casa tinha cheiro de jasmim.
Foi um sonho. Até o outono... Giovana saiu de carro e sofreu um acidente. Felipe ficou sabendo enquanto fazia compras no supermercado. Saiu desconsolado sem saber o que fazer, correu para o hospital. Chegou lá, viu Giovana na cama, ela estava viva, inteira.
Sentiu um alívio e correu para os braços dela. Giovana quando o viu, não disse nada, olhou para o médico e perguntou com a voz embargada, querendo chorar:
- Quem é esse homem e porque está me abraçando?
Felipe aterrorizado percebeu que a mulher que tantos anos mantivera em sua mente não o reconhecia.
Foi o acidente doutor?
- Não, você não sabia, efeito colateral da medicação...
Giovana sofre de esquizofrenia.

domingo, dezembro 6

Sexta insana

Acordei cedo, cheia de preguiça, (discuti com meu pai antes de dormi...Isso sempre me rende um sono pesado e lá pelas quatro da manhã, insônia, seja a discussão com quem for. Sabia que minha cara não estaria boa...)
Levantei, fui comprar shampoo, de volta em casa, fui direto para o banho, lavei os cabelos e calculei milimetricamente meu tempo para que nada desse errado. Dei alguns descontos para os possíveis contratempos...
O telefone toca e meu namorado não pode me levar, tenho compromisso às dez, vou me atrasar, (detesto chegar atrasada). Não vou pedir ao meu pai que me leve, estamos de mal...
Desisto, não vou mais. Não farei falta mesmo.Minha mãe o chama, ele se prontifica a me levar.
Cheguei por volta das dez e meia no “destino”, não tinha ninguém além de uma colega. Não me estressei, nem um pouco. Até me estranharam, mas era de manhã e eu já havia desistido de algumas coisas, eu nunca desisto, o que poderia dar errado?
Fui para o trabalho, contei as horas como sempre, contratempos, mais e mais...
Hora de sair, graças a Deus!
Corro até o carro, lá está ele e está sorrindo, passou na defesa do TCC. Que bom!
Corro para faculdade, já passa das seis da tarde, muito tarde.
Procuro a professora para entregar o trabalho, não a encontro. Disseram que foi lanchar...
Encontro meu amigo cavaleiro, falo do beijo que lhe mandaram. Ele mostra a bochecha para que eu mesma lhe dê o beijo e respondo:
- O beijo que te mandaram não posso te dar!
Ele sorri e confirma a presença no evento.
Em casa outra vez, vestido pronto, corro para o banho, saio... Vestida, calçada. Rímel nos cílios. Pronta e atrasada, outra vez.
Evento, e vento...
Quase ninguém e o ainda correria por lá para aprontar tudo.
Ok. Gente e mais gente, imprensa, entrevistas, convites e qual é a boa?
Festinha legal.
O ideal é que fosse uma comemoração de cada vez, mas tudo bem.
Qual o destino?
Primeira parada pizzaria. Na mesa três casais, os homens de “sistema” todos após tcc defendidos e aprovados. Mulheres, ainda estudantes: Arquiteta, jornalista e nutricionista.
O que resultaria dessa mistura:
“Um prédio bem desenhado, com funcionários com dieta balanceada e comunicação latente. E o sistema operacional modelo.” afirma a mais otimista. 
“- O quê? Se juntar nós três sai um joguinho muito parecido com pacman”, rebate o realista.
Recordações da hora do desespero, o Francês (dupla nacionalidade), na hora do nervosismo, voltou a língua mãe. E a banca só se olhava. Rsrsrs. Até ele retomar o controle e repetir tudo em português.
Próxima parada: Bar (Norte das Águas) e depois de muita demora...
Três garrafas de absinto na mesa, taças, açúcar o ritual completo. Abram espaço, todos acomodados.
Eis que brotam as pérolas:
Enquanto fotos são executadas...
A noiva diz: - No nosso casamento vai ser duas dúzias de absinto! Todo mundo vai ficar de porre!
São quatro casais à mesa e quatro avulsos (todos homens).
-Um deles já perdeu contato com a torre!
Ela continua:
A menos que alguém aqui vá casar antes da gente?!
O olhar percorre por toda volta da mesa, um silêncio, até que:
- Casamento? Isso faz até mal para saúde! Diz o mais empolgado, enquanto brinca com o fogo na ponta dos dedos, depois de mergulhá-los no absinto.
-Não sou Mister M, não vou contar como faço isso.
Risos confusos, e sorvo o que resta de absinto dos lábios do meu namorado, ele é egoísta, não sobrou nada.¬¬
E seguem as pérolas...
A noiva diz: - Amor, deu cento e vinte nove reais...
O noivo responde: - Por mim! Eu nunca achei que tomaria três garrafas de absinto e ficaria bom. Diz isso agarrado numa garrafa de absinto vazia e com sotaque “baleiês”.
E mais risos confusos... E eu sem caneta, que lástima!
Depois da terceira doze, meu namorado diz baixinho no meu ouvido:
-Eu quero ir para casa daqui a pouco.
Eu resmungo:
-Mas, não é nem meia noite.
Ele rebate:
-Depois que eu comecei a namorar contigo eu saí dessa vida.
Ele me encara e ri.
Mais espera, mais uns goles, risos de risos, caretas e fotos.
O mais empolgado se expressa:
-Depois da outorga vou vender meu carro e fazer curso para pilotar helicóptero. Vou ligar de bem longe para vocês e dizer que eu to aquiiiiiiiiiiiiii.
Aproveito para perguntar o por quê do ritual pra beber o absinto.
Ele responde:
- Não sei, mas uns velhinhos lá de mil oitocentos e alguma coisa faziam assim, então eu imito eles.
absinto
Sem nenhum gole, fico com as honras de levar os porrezinhos para casa.
Mas, me diverti.
:)

quinta-feira, dezembro 3

Contra o tempo dos contratempos

  Ele nos consome…
  Corremos para alcançá-lo e ainda assim…
O negócio é o seguinte:
Terceira edição da exposição fotográfica Olhar Ecológico, o local já ficou definido. Será no SESC/Centro a partir das 19h de sexta-feira dia 04/12…
xxx
3ª ou III Edição do Olhar Ecológico... Banner do Daniel Nec, idéias do Alexandre Brito, ansiedade nossa... Aparece lá! Tudo atrasado. Bate um desespero nessas horas…
Estou dividida!
Feliz e frustrada, quase sem ar.
Do céu ao inferno. Vou levando…
Ontem mesmo fiquei muito frustrada, marquei com o grupo para filmar o telejornal e não rolou… Não tive força nem pra ficar de cara! Só bateu a tristeza mesmo. Não queria que as coisas tivessem chegado nesse ponto. Fazer o quê?
Correr atrás, tentar passar na frente, só não dá pra desistir sem lutar. Hoje tudo precisa ser entregue, ainda falta filmar, editar...
  Sei que não sou a única estressada. Mas, não vejo a hora de não precisar mais ir a faculdade.
  O pior é que não vou tirar férias de verdade.
  Não posso reclamar. 
  Mas, quem disse que não vou?
xxx
Mandei meu conto, meio estranho, sem graça… Tô esperando a avaliação, mesmo que não tenha achado bom…
Paciência.
Pah! Ciência

quarta-feira, dezembro 2

Texto legenda

Vasculhava a internet, só para que o tempo me tragasse...

Joguei meu nome no Google, na décima primeira página de resultados, achei um blog que utilizou uma das minhas frases (que publiquei no pensador).

Ele, um poeta, amante de artes marciais, estudante de Direito, escolheu minha frase como texto legenda para uma foto. Transmitia um pouco do que eu quis dizer.(http://confinandofotos.blogspot.com/2009/08/s-em-voce-o-dia-fica-cinza-terra.html). Ele deu o crédito. Fiquei muito surpresa e feliz.

 

Foto...

Texto legenda...

Quando isso vai passar?

terça-feira, dezembro 1

Páginas cheias de nada

Decidi que minha alma morta, precisa renascer de uma nova forma. Já que não pode ter um novo corpo.

Vou aproveitar as férias e ler vários livros, essa será minha meta...

Um livro por semana, talvez mais.

Assim poderei viver as vidas que não posso...

E dores, amores que não sejam os meus.

Porque dói demais.

"A vingança é um motivo poderoso", diz o anúncio da trilogia Millennium custa só R$ 87,20. Dá uma vontade de ler... "Os homens que não amavam as mulheres", "A menina que brincava com fogo" e "A rainha do castelo de ar". Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Então folheio mais umas páginas.

Na página número oito, tem "Da criação ao Roteiro Teoria e prática" R$63,99 - Das idéias iniciais até o roteiro final, esta edição atualizada traz textos teóricos e exercícios práticos voltados à televisão e ao cinema - texto bem escrito da sinopse, já me convenceu. Preciso!

Logo abaixo "A técnica fotográfica" R$87,99 ...

Mal me recuperei e em seguida, "Fotografia Digital - O Manual que Faltava" R$55,99, é realmente não tem cura.

As obras se repetem... até que "Homens, Dinheiro e Chocolate", Escute seu coração e corra atrás de seus sonhos, diz abaixo do livro para convencer mulheres como eu a consumi-lo, será a capa, será o chocolate? Ou não...

Ouvir o coração, correr atrás dos meus sonhos?

Vou ficar mais maluca ainda.

Por enquanto só dói.

Eis que "O pai dos burros" me chamou a atenção - Expressões como "a escola da vida", "abraçar uma causa" e "acreditar piamente" estão entre os mais de 2000 verbetes deste dicionário de clichês e frases feitas R$23,99. Hum, me lembrou alguém, devo colocar na lista para presentes. Tem gente que gosta de fazer sombra com o chapéu dos outros.

Páginas e mais páginas, contagem de moedas...

Até que "A arte de entrevistar bem" R$20,99, poderia ser livro de bolso.

Uma coluna inteira para consumir:

"70 Lições de Jornalismo" R$23,99;

"Amigos Ouvintes" R$22,99;

"Jornalismo Diário" R$39,99;

"Jornal Nacional: Modo de Fazer" R$28,99;

"A arte de escrever bem" R$21,99.

Mais páginas, mais...

Olha! "Desvendando o Twitter" R$31,99, um guia divertido é o que promete ensinar o que fazer para ser um twiteiro com destaque no microblog. Hunf!

Coluna de vampiros... Conheço alguns.

Lá vem os guias de viagens e autoajudas, até parece!

E repete, os mesmos livros nas páginas.

Tudo isso em www.livrariadafolha.com.br

Fiz um conto novo.

Que devo mostrar para alguém...

É bem provável que não publique aqui.

domingo, novembro 29

Energia Negativa

Quando o físico inglês Paul Dirac (1902-1984) provou em 1931 que os prótons (que têm carga elétrica positiva) podem ser negativos e os elétrons positivos (já que têm carga elétrica negativa) após solucionar uma determinada equação, e chamou isso de “antimatéria”. Certamente não imaginou que as pessoas podem transmitir essa carga negativa e, guardadas as devidas circunstâncias, provocar mais que uma antimatéria…

Sendo possível resultar num“antifimdesemana”, ou ainda, uma “antisaídasozinha”…

Os cálculos foram devidamente ajustados, refeitos e no final do segundo tempo, precisou mais que argumentos cientificamente comprovados para a tal saída sozinha.

Já que minhas tentativas de acompanhantes falharam todas.

Meu namorado não quis, o que de fato me obrigou a não obrigá-lo a nada que ele não quisesse… Minhas amigas também não colaboraram comigo e a mais perigosa de todas… Minha mãe fez a maior e mais carregada expressão de “você não deve sair sozinha” de todos os tempos… Ufa!

Mesmo assim, teimosa e obstinada, deixei meu namorado emburrado em sua residência e dirigi até o Liverpool para curtir o som da banda vitrola não sei das quantas.

Eu só queria sair, depois de um mês de confinamento “forçado”… só queria espairecer. Conhecer gente nova se fosse possível, rir de coisas que normalmente não riria e sei lá, voltar para casa com histórias na bagagem para contar.

Contudo, dirigi até o local, cheguei cedo demais… Meu amigo de “plástico” e sua excelentíssima esposa foram as únicas pessoas que aceitaram me acompanhar na minha mais nova empreitada… Sair sozinha à noite…

Esperei em frente ao Liver… Dei uma volta até o Francês que estava às moscas… Voltei para o Liver, era quase meia noite e começou a bater o arrependimento, que mania que as pessoas daqui têm de não cumprir o horário…

Para encurtar esta saga da desbravadora fracassada… A expressão de poucos amigos não foi só pose para foto... Só pra registrar.

Após a meia noite, eis que toda aquela energia negativa acumulada dos meus pais, do meu namorado e sabe-se Deus mais o quê… Falta luz.

Pronto! Era do que eu precisava. Alguém me ligando aquela altura do campeonato para dizer: “Eu te avisei para não sair”.

Tudo bem que aqui no Amapá tudo chega meio atrasado, mas acho que o apagão que ficaram dias lamentando no país todo, chegou aqui com lag. Junto com a internet local.

Tinha que ser logo no sábado que escolhi para sair?

Dos males o menor, pelo menos não bati o carro.

Voltei dirigindo no breu e a cada semáforo apagado eu torcia para que nenhum bêbado se atravessasse no meu caminho.

Pra dormir foi outro inferno… Mas também sobrevivi.

Meu humor?

Adivinha?!

quinta-feira, novembro 26

Um destino melhor

(Um conto dedicado à Fausto Suzuki pela influência).

 

  Laís tinha 17 anos, corpo formado, cabeça vazia, uma cara de sonsa...

  Esforçada na escola, lia todos os livros que podia, passava horas na biblioteca. Os pais a deixavam na porta da escola, depois iam buscá-la, certos de que não tinham com que se preocupar.

  Marcos era um cara boa pinta, sério, dava aulas de filosofia, desejado por todas as mulheres com as quais trabalhava, recusava todos os convites para sair. Falava várias línguas, usava roupas caras. Nas horas vagas, estudava artes...admirava.

  Eles se encontravam na esquina da escola, depois que todos a viam entrar no prédio. Mal podiam desconfiar que ela pulava o muro. Entrava no carro dele, iam para outro lugar, mais afastado dali.

  Sofia tinha um corpo perfeito, um cabelo cor de fogo. Se escondia em roupas sem graça, não usava maquiagem, e andava sempre cabisbaixa. Um dia no elevador do museu esbarrou num homem bonito, que lhe pediu desculpas e sem querer pegou em sua mão... Ele comentou que acabara de ler o mesmo livro que lhe pertencia, enquanto o juntava do chão.

  Por algum motivo que Sofia não pode explicar aquilo mexeu muito com ela, que imediatamente desviou o olhar daqueles olhos lindos.

  Depois daquela tarde, Sofia não o conseguia tirar da cabeça. Passava minutos a fio alisando a capa do livro, que ele havia tocado.

  Enquanto isso, Laís continuava com sua rotina. Não ligava para os rapazes da escola, se acabava de estudar, não abria a boca para nada. Mas, usava roupa da moda, que parecia terem sido costuradas a vaco no próprio corpo. Quando estava com Marcos, usava batom vermelho, que ficava na bolsa de maquiagem guardada no porta luvas do carro dele. Ele afrouxava o nó da gravata...

  Depois de um mês, Sofia acreditava saber tudo sobre o homem misterioso que não a deixava dormir uma noite, sem que sonhasse com ele. Resolveu escrever uma carta, sem assinar. Deixou perto do lugar onde ele sentava para admirar as esculturas do museu, era sempre o mesmo lugar... Ele olhava para elas e se perdia nos pensamentos. Mas naquela tarde foi diferente, havia um envelope com seu nome. Ele viu, o abriu e leu.

  Sofia escondida, observava de longe. A carta tinha os mais intensos sentimentos, ele emocionado procurava por todos os lados daquela sala fria, quem poderia ter escrito tais palavras, todas dirigidas a ele, um lado que ele nem sabia que tinha, mas que gostou muito de ter transmitido... Imaginou como seria aquela mulher delicada que havia preenchido aquelas linhas.

  Passados mais oito meses. Marcos não lembrava mais da carta, continuava sua rotina de recusa aos convites das outras mulheres. Sempre parecendo distante. Nenhuma era boa o suficiente para ele.

  Laís seguia também com suas fugas sem sombra de dúvidas, ela não tinha amigas, ninguém que quisesse conversar com a cdf da sala, então tudo bem.

  Quando não agüentava mais aquele sentimento rasgando seu peito, Sofia resolveu seguir seu amado, e se declarar, lembrá-lo da carta...

  Vestiu um vestido tubinho preto, arrumou seus cabelos ruivos compridos, colocou salto (que precisou ter aulas para se equilibrar), comprou uma rosa branca e levou consigo o livro que havia os “unido” naquela tarde de chuva, dentro do elevador do museu.

  Laís, repetiu sua rotina com Marcos... Pulou o muro da escola, entrou no carro dele, passou o batom vermelho e ele afrouxou a gravata...

  Sofia estava na rua onde ele morava, já era possível avistar o prédio de longe... Só mais alguns passos...

  Foi quando viu o carro dele chegando, havia uma mulher com ele. Sofia sentou no meio fio e chorou. Se sentiu ridícula com aquela roupa e todos os esforços em vão, como pôde acreditar que ele já não amava outra mulher?

  O carro entrou no prédio e Marcos não demorou para sair novamente, desta vez a pé. Atravessou a rua, caminhou até a banca de jornais, ascendeu um cigarro, lá tinha um homem, bem mais velho a quem lhe entregou as chaves...

  Sofia sentada no meio fio despertou o interesse de Marcos, que se aproximou e perguntou se já se conheciam. E por que ela estava chorando. Ela respondeu que talvez já tivessem se visto em algum lugar, mas que ela não lembrava.

  Ele a convidou para um café. Depois de alguns minutos de conversa ela pergunta se ele não deveria ir para casa, afinal um homem como ele deveria ter alguém o esperando lá. Ele ruborizou e respondeu que não poderia ir ainda. Pois seu apartamento serve de encontro para um casal. Ela não pergunta mais nada, mas ele certo de que não a veria outra vez resolve falar.

“Eu conheço uma moça, que se encontra com homens mais velhos no horário de aula, por um certo valor, depois que ela termina, dividimos o dinheiro.”

  Sofia sente seu mundo cair, e o chão se abrir por entre seus pés. O homem com quem ela imaginou que poderia ter alguma coisa, era um gigolô. A moça com quem ele estava no carro era uma prostituta.

  Sofia agradece o café e vai embora. Esquece sobre a mesa, a rosa branca e o livro...

  Quando volta para casa, Marcos encontro Laís morta com um tiro na cabeça, seus miolos espalhados pela sala e o velho morto ainda de meias com um tiro na boca... Crime passional grita o vizinho, que já haviam chamado a polícia.

Marcos sai correndo dali, sem saber o que fazer...

O que diriam os colegas de trabalhos, as mulheres com quem ele se recusou a sair? Foi quando ele lembrou de Sofia, poderia usá-la como álibi ou sei lá, uma companhia. Correu sem olhar a rua, e um ônibus o atingiu em cheio. Estavam todos mortos, o gigolô, a prostituta e o velho nojento.

  Sofia ainda caminhava sem sentir o chão... Rumo a sua casa, sem saber o que havia acontecido...

  Depois de uma noite sem dormir, juntou o jornal do chão da sala de seu apartamento, vestiu o robe e foi tomar café.  Entre um gole de café folhava o jornal, nas páginas policias estava estampado o título do crime passional, na seguinte de um atropelamento...de um homem de 30 anos, por negligência...

Sofia põe a mão na boca e sufoca um grito, enche os olhos de lágrimas e de repente, gargalhadas profundas lhe escapam, um riso aliviado. Ela olha para o jornal e diz:

“Não poderiam ter tido um destino melhor”!

quarta-feira, novembro 25

Melhor… Obrigada!

A água não morre, seca, se esvai... Foge entre os dedos, como os desejos...

Abri meus olhos e sorri para mim...

Tive um sonho bom, como há tempos não tinha.

Pela manhã um bom banho, iogurte, conversas no café da manhã, nebulização a cada 3 horas para respirar melhor, o último capítulo do seriado preferido no computador, agora acabou. Alguns apagões (efeito da medicação) e trabalho à tarde.

Entrevistas... Diversão.

Prova, outra aflição.

Que venham todas, acho que fico mais aflita com os trabalhos.

Aff! Esqueci de um, minha culpa, que droga, esqueci, não era pra hoje, não era pra mim...

Textos, tanto pra expressar pouco para dizer.

Contenha-se!

Chorar ou não? Lave a alma, velha, nova, sua ou minha.Agora não adianta não chorar ou chorar.

Tenho que correr atrás do tempo, lá vai ele de costas para mim outra vez, será que um dia nos veremos frente a frente?

Desejo tocá-lo. Será que ele sabe?

Exposição... Use filtro solar.

Proteja-se!

Cubra-se, não revele tudo.

Revelação...

Minha mãe diz que tenho que aprender a mentir, controverso isso, ela me ensinou anteriormente que era feio fazer isso... “Você precisa aprender a ser falsa às vezes!” Disse alto e em bom tom. “É verdadeira demais, transparente demais”... “Tenha segredos”!

Eu tenho alguns, poucos, que escondo até de mim. Se não... não é segredo.

Acho que ela tem razão mas, porque algo em mim diz que não?

Repete que é tarde.

Não tem mais jeito.

Fotos... Quais serão?

Relação difícil essa... Tão impossível quanto as outras.

Mas a noite vem, e o tempo agora dorme, quais serão os sonhos, o que pensar agora?

Quero um jasmim.

segunda-feira, novembro 23

Segunda de quinta

Ok! Estou aqui de novo.

Tô num clima estranho, do tipo de quem vê o dia cinza…

Entreguei as fotos… sem resposta como sempre. Sempre!

Fiz uma prova, não sei como, só sei que não estava lá. Fui a primeira a entregar, me livrei daquela coisa.

Saí da faculdade como quem foge do altar, hehehe. Essa é boa!

Parecia efeito de lexotan, tudo em câmera lenta. Por mais força que eu fizesse para voar pela janela. Sem ter que explicar, partirei um dias nas horas...

Conto os dias, as horas. Que não passam.

No trabalho foi, sei lá…

Estou incumbida de fazer os textos para as fotos, nem sei quais.

Não concordo que não faça diferença, faz muita. Fugi da minha pauta, dane-se. Todas iguais…

No banho, imaginei os sons e os textos que deverão ecoar no recinto, sinto muito, imaginei.

Vi algumas coisas, fiquei com aquilo pra mim. Me apossei sem pedir para ninguém.

Ouvi outras tantas hoje… E não achei um buraco para me enterrar.

Voltei pra casa cedo da noite… cedo… noite. Confesso que não vi o tempo passar. Olhava para o relógio e não via as horas. Não sei… aonde vim parar.

Fiz coisas por reflexo, não sei onde perdi minha cabeça.

Amanhã tudo outra vez.

Ausência

Olhar Ecológico I

É como não estar em si mesma,

não pertencer a lugar algum.

 

Não sentir que força a move…

Não ter qualquer sentimento comum.

 

Ensurdecer-se para o resto do mundo,

Emudecer frente ao profundo…

E só assim, perceber a ausência do âmago

Que impaciente se desfaz …

 

Ser,

Permanecer

Desistir…

Então ele parte,

E leva consigo o que nunca possuiu.

domingo, novembro 22

Quebra de paradigma

  Achei que não escreveria nada, porque hoje é domingo, e quem convive um pouco comigo sabe o que significa pra mim…

  Mas, surpreendentemente foi bom.

Acordei cedo por causa da tosse, fui a primeira da casa, lembro que quando acordei pensei num nome e o quanto eu odeio essa pessoa agora… Acho que deveria estar sonhando com ela;

Achei que ficaria de mau humor o domingo todo (como de costume).

  Então, tomei banho, o café e juntei meus cacarecos para tentar construir a idéia que vem latejando na minha mente, desde o início...

Não defina, só perceba Fotos e mais fotos para ser entregues amanhã… Porque minha mãe pediu que eu me esforçasse e só desistisse depois de tentar… Mesmo sem querer mais nada, resolvi atender ao pedido dela.

  Apesar das implicâncias constantes do meu pai comigo, (ele faz isso quando tá de bom humor, adora me ver irritada, os homens da minha vida gostam disso, meu irmão, meu namorado, meu sobrinho também são assim, enquanto não dou um “piti” eles não páram, ainda descubro qual é a graça)…

Daí fui lá fora e fiz meus lances…

Depois saí, e mais fotos…

Apelação para o domingo ficar melhor Hoje teve cachorro quente e bolo de chocolate.

Como alguém pode achar o domingo ruim desse jeito?

Já é apelação.

 

Mais fotos, mesmo sabendo que todas serão reprovadas, não ligo mais…

  Me diverti fazendo, porque achava que não podia. Até registrar as hélices do ventilador em movimento eu consegui. Me diverti um monte fazendo isso. Mais e mais fotos. Nenhuma que eu julgasse “a foto” mas me diverti.

Cheguei em casa e mais fotos, depois um filme e muitas bobagens gostosas…

  Assisti a um romance muito bacana, talvez o melhor de todo o ano, uma história tão envolvente… mas não tive vontade de chorar, “ My Sassy Girl”, que em português ficou como “Ironias do Amor”. O final nem passou pela minha cabeça, mas vale a pena.

Caso você acredite que pode seguir o caminho só, vá se danar!

Como digo sempre: O cinema me faz refletir… Foi quando me dei conta que se pudesse desistiria de muita coisa…Sairia do emprego, largaria a faculdade hoje, só pra não ter que olhar para cara de muita gente… Neruda faz parecer tão fácil…

Percebi também que as pessoas me ligam para me pedir alguma coisa, nunca pra perguntar se estou bem. Agora me importo com isso. Adotei o celular desligado por uns tempos… Já que não posso falar mesmo, também não quero ouvir.

Hoje também descobri que nada que planto vinga, como também não quero filhos, minha última esperança é escrever um livro. Afinal de contas, não quero viver para sempre.

Amanhã começa a semana de provas, tomara que acabe logo, tomara que o ano acabe logo.

Algumas coisas precisam morrer, para ceder o lugar

sábado, novembro 21

Get out 2

Quinta-feira selecionei um filme, depois de um dia que não me acrescentou nada, e como prometi…

Eis o post sobre o que achei do filme:

Só terminei de assistir hoje… Naquela noite a gripe me venceu, (já perdi as contas de quantos hounds ela já tá na minha frente) mas tudo bem…

Como havia mencionado anteriormente, o filme é coreano…

E, assim como os japoneses, chineses, enfim, os coreanos também contam histórias de terror baseados na própria cultura, principalmente nas contos populares, em sua maioria tem a ver com morte de algum ancestral, blá, blá, blá.

(Adoro essa parte!)

Filme Coreano, que escolhi por causa da capa, o humor ajudou bastante também. O filme “Possuída pelo Mal” (como o arquivo é compartilhado, não sei o nome original) é rico nos detalhes e usa artifícios de filmagens super-ultra – mega- power de interessantes…

Imaginei que seria um pouco mais trash, mas  me enganei redondamente.

 Vale a pena se for visto pelo olhar de quem curte cinema, mas não só leigo que se restringe a pipoca e refrigerante, nada contra, mas é que demora um bocado e só chega ao fim quem tem ambições maiores…

Era isso!

Ah! Bateu aquela frustração, por que achou que eu iria contar o filme?

Se tiver muito a fim de assistir e, dependendo de quem for… se me pedir com jeitinho… Agora se é só para impressionar alguém, nem me peça, vai se Ph$&* pra lá…

A história até que é interessante, tem alunos de fotografia, um professor, cabelos pretos e compridos como os da foto, um estúdio, uma noiva que não casa, e muito sangue.

HA HA HA!