"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

terça-feira, agosto 30

Rótulo

Por que é tão necessária a identificação?
Ando vazia e tão cheia de mim.
Minhas dúvidas ganham espaço somente porque quero sempre mais. E, essa covardia repentina, inóspita e indelével, será que não sou digna?

Mas, os caminhos que percorri tão cheios de espinhos, não valeram?
Trago na face cicatrizes das guerras que travei contra mim. Meus desejos eram somente doces caprichos. O meu querer era apenas teimar com o tempo. Agora o que sinto faz de minha fragilidade a força que nunca havia alcançado antes.

Será mais uma fase e quão velha devo ficar, até que meu ventre seque?
Me sinto só, só quando não reconheço meu rótulo. O impresso que supostamente identificaria meu conteúdo, o caráter atribuído a quem sou, o que sou e como penso. Porque ser é diferente de estar.


Foto: Aécio Cortezolli

segunda-feira, agosto 29

O que eu queria ter dito!


Never Gonna Leave This Bed

Maroon 5



You push me
I don't have the strength to
Resist or control you
Take me down
Take me down

You hurt me
But do I deserve this?
You make me so nervous
Calm me down
Calm me down

[Chorus]
Wake you up
In the middle of the night to say
I will never walk away again
I'm never gonna leave this bed

So come here
And never leave this place
Perfection of your face
Slows me down
Slows me down

So fall down
I need you to trust me
Go easy, don't rush me
Help me out
Why don't you help me out ?

[Chorus]
Wake you up
In the middle of the night to say
I will never walk away again
I'm never gonna leave this bed

You say "Go, it isn't workin' "
And i say "No, it is perfect"
So I stay and stand
I'm never gonna leave this bed

Take it
Take it all
Take all that i have
I'll give it all away just to get you back

Fake it
Fake it all
Take what i can get
Knockin' so loud
Can't you hear me yell ?
I try to stay away, but you can't forget

Wake you up
In the middle of the night to say
I will never walk away again
I'm never gonna leave this bed

You say "Go, it isn't workin' "
And i say "No, it is perfect"
So I stay and stand
I'm never gonna leave this bed

Take it
Take it all
Take all that i have
Take it
Take it all
Take all that i have



domingo, agosto 28

Imagem congelada e a sensação


Caiam todas as defesas, não há ataque capaz de me alcançar.

Hoje enquanto via algumas fotos, deixei me levar pela sensibilidade que tomou conta de mim nos últimos dias.

Agora quando sinto muito, sinto tanto que choro. E me sinto ainda mais feminina. Tudo que não me permiti, porque precisava me defender. Não preciso mais de minha armadura. Minhas armas estão por aí.
Não sei por quê... Talvez eu saiba sim, só ainda não admita.

Então, enquanto as lágrimas embaçavam meus olhos que fitavam aquelas fotos, entendi como a saudade pode se dividir em tipos... Não sinto saudades daquelas pessoas, porque algumas nem eram assim tão próximas, fotos do tempo de faculdade, de uma noite que ventava muito em frente à orla, de amigos que nem eram amigos no final, de amigas que nunca me pediram nada e com quem sempre pude contar... As saudades são da conjectura, dos segundos, que não voltam mais. De quem eu era naquele instante, quem fui.

Percebi que temos alguns discursos repetidos. Mas, até sentirmos tem uma distância longa a ser percorrida, você sabe que fotografias são registros de momentos únicos, a câmera empresta a capacidade de congelar o que seus olhos veem. Porém, que o tempo às vezes se encarrega de apagar.

No meu caso, nem sempre o tempo deleta tudo, mas inverte, confunde e não tenho certeza se realmente aconteceu ou se apenas fantasiei. Mas, as fotos que me emocionaram havia uma felicidade tão grande naquelas ocasiões que mesmo congeladas, pude sentí-las novamente, revivê-las.

Éramos a imagem, o descompactador, meus olhos, minha memória e minha emoção.
Sempre gostei de fotografia, não sou muito boa com elas, mas tenho essa atração. Quero muito conseguir fazer algumas que prestem, para que outras pessoas consigam essa fórmula matemática que descrevi a pouco, e é preciso que o resultado seja sempre a emoção.

sábado, agosto 27

Não sou obrigado a gostar de ninguém


Achei esse texto não lembro bem como e obviamente que quando li me identifiquei bastante, então solicitei ao autor autorização para dividir com meus leitores. E, fiquei feliz com o retorno positivo, então eis o texto:




"A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades." (Millôr Fernandes).

Todos os dias convivemos com pessoas de gostos e personalidades parecidos ou não com os nossos. Existem aquelas pessoas que para evitarem um confronto de ideias ficam "em cima do muro" sempre concordando com o que cada lado diz, fingindo que gostam de todos para não perderem nenhum amigo, e nós sabemos que não é bem por aí.

Não somos obrigados a gostar de ninguém e ninguém é obrigado a gostar de nós. Temos que aprender a conviver com a diversidade de opiniões ao nosso redor, respeitá-las, e darmos a nossa sem ter medo de ficar mal com os outros (Nunca iremos ser amigos de todo mundo). É claro que antes de tudo isso deve haver o respeito. Podemos não gostar de uma pessoa, como ela é, como ela pensa, mas temos que respeitar a sua forma de viver. Não podemos sair por aí falando mal, julgando, como se estivesse tudo bem. O respeito deve existir sempre, você gostando ou não dela.

Fingir gostar de alguém é ser falso. Cada pessoa tem seus defeitos e qualidades. Ninguém é 100% bom ou ruim e um dia, um desses lados é mostrado. Se não soubermos conviver com as pessoas sem respeitar o jeito que elas são, o mundo acaba. É muito egoísmo querer que as coisas sejam somente como nós pensamos. O que pode ser bom para mim, pode não ser para você (e nem por isso você tem que fingir aceitar o que eu falo para não ficar mal comigo).

Não se torne prisioneiro de suas próprias verdades. Seja humilde e tente enxergar o ponto de vista daqueles que estão junto com você. Por mais que você não concorde com o modo de agir de alguém, tente entender o pensamento dele e respeitá-lo. Não precisamos fingir. Respeitar basta. Se existem pessoas falsas com a gente, a unica coisa que podemos fazer é sermos inteligentes para saber qual a sua intenção para estar agindo dessa forma conosco.



Música da semana passada... e dos próximos dias


Citizen Of The Planet


Alanis Morissette


I start up in the north
I grow from a special seed
I sprinkle it with sensibility
From French and Hungarian snow
I linger in the sprouting
Until my engine's full

Then I move across the sea
To European bliss
To language of poets
As I cut the cord of home
I kiss my mother's mother
Look to the horizon

Wide eyed, new ground
Humbled by my new surroundings

I am a citizen of the planet
My president is Kuan Yin
My frontier is on an airplane
My prisons, homes for rehabilitating

Then I fly back to my rest
I fly back with my nuclear
But everything is different
So I wait
My yearn for home is broadened
Patriotism expanded
By callings from beyond

So I pack my things
Nothing precious
All things sacred

I am a citizen of the planet
My laws are all of attraction
My punishments are consequences
Separating from source the original sin

I am a citizen of the planet
Democracy's kids are sovereign
Where the teachers are the sages
And pedestals filled with every parent

And so the next few years are blurry
The next decade's a flurry
Of smells and tastes unknown
Threads sewn straight through this fabric
Through fields of every color
One culture to another

And I come alive
And I get giddy
And I am taken and globally naturalized

I am a citizen of the planet
From simple roots through high vision
I am guarded by the angels
And my body guides the direction I go in

I am a citizen of the planet
My favorite pastime edge stretching
Besotten with human condition
These ideals are born from my deepest within


quarta-feira, agosto 24

Próxima parada - Anarkilópolis



 É um tremor que faz com que o corpo fique paralisado e conforme os primeiros toques nervosos na caixa, bumbo, surdo, pratos, chimbau produzidos pelo Magrão em sua bateria inconfundível... 

As batidas do coração aceleram e os olhos ansiosos se esbugalham  e alertam os ouvidos para o que está por vir, os rifes da guitarra do AJ e do contrabaixo do Tássio Callins, entram em cena nessa sincronia eletrizante, ali por entre as mesas dispersas no salão do Sesc Centro, ele, Sílvio Neto, que sem cerimônia toma seu lugar no palco do Projeto Botequim e solta sua voz.

E quem esperou que o Tributo a Raul Seixas fosse mais um daqueles encontros saudosistas cheio de imitações, sentiu a essência do que é “Uma viagem a Anarkilópolis”... Um caminho sem volta na criatividade musical, no talento da Banda Tio Zé com o charme, irreverência e autenticidade que Sílvio Neto consegue exibir a cada nova apresentação, porém, senhoras e senhores, nada comparado a esta noite.

Banda Tio Zé
Aquele processo químico descrito inicialmente nessas linhas tão desconexas, cujas frases e pensamentos tortos relembram a todo o momento aquela entrada por entre a gente que se fez presente no mesmo lugarzinho do ano passado, com um jeito de barzinho e restaurante comportado, que mal tem espaço para dançar... Cuja luz pouquinha é para sugerir um magnetismo meio descomplicado ao público que frequenta o lugar.

Ferveu como água quente, ou sangue bombeado em veias assim meio insurgente. E toda aquela coisa que acontece a um vulcão, talvez até o sétimo círculo do Vale de Flegetonte...

E que Dante Alighieri me permita roubar-lhe parte avessa  ao que sugere sua Divina Comédia.  O inferno nesta noite não é do mal, somente insinua a violência com que a sensação de presenciar a energia da música, do timbre das cordas vocais do Mestre das Ilusões e do desempenho no palco, quiseram nos mostrar e provocar. Ali pelo palco também esteve presente como o Mestre mencionou, o próprio Raul Seixas.

Violento, foi o estremecer das bases em que nós meros espectadores nos pusemos a admirar o talento daqueles caras e o melhor, que visivelmente se divertiam.


A viagem a Anarkilópolis conduzida pelas mãos, vozes e ouvidos da banda Tio Zé e Silvio Neto vão ficar por algum tempo retida em nosso subconsciente, a exemplo do que deve ser uma “Sociedade, realmente, Alternativa”, o público emocionado quiz mais.

*Em nome da família Cortezolli, agradeço pelas músicas e principalmente pelo show!

terça-feira, agosto 23

Entre o vulcão e o iceberg


Ele é assim intenso,
Presente, quente, forte, constante, falante, inquieto e envolvente...
Tudo ao mesmo tempo agora e perco o fôlego.
O olhar às vezes fica cinza, não dá vontade de questionar nada.
E quando o silêncio fica mais alto ele pergunta : “Você vai voltar?”
A explosão é no meu peito, falta o ar e há fumaça.

Depois, quando a distância abraça, 
Ele não dá adeus...
Não deixa fitar os olhos vermelhos e finjo não notar.
Tão lacônico, breve, irônico,
Quase não se faz acompanhar.
É distante, ausente, conciso, sucinto, resistente.
E bate a dúvida se foi tudo verdade.
Loucura tem dois significados e desaparecer traz a necessidade de presença.
O gelo também queima e faz arder.

"Dove siete?"

Caiu na rede é peixe ou tubarão?

Numa discussão dessas de redes sociais das quais faço parte, um assunto escolhido atrai muitos especialistas, que só levam este nome porque tendem a encontrar novas soluções para problemas antigos, ou ainda, novos problemas para objetos de estudos recentes.

E o tópico lançado foi saber:

“Quanto recebe um analista de mídias sociais?”

Algumas empresas disponibilizam um profissional para cuidar desse tipo de ferramenta, sem se importar muito com a qualidade do que será divulgado. Talvez por descreditar que tais recursos tragam benefícios consideráveis ao patrimônio das instituições, quem sabe ainda por pura ignorância ou falta de planejamento estratégico.

O que se compreende na verdade é que algumas empresas estão totalmente despreparadas quando escolhem quem irá desempenhar esta função. Chegam ainda a atribuir essa responsabilidade para quem julgam não ter muita serventia e não pode ser descartado. O fato é que um analista de mídia social, não descansa, porque as pessoas não param de utilizar as ferramentas de internet depois que saem do trabalho. Assim, um salário considerado justo chegou aos R$ 4 mil reais. 

Em São Paulo, jovens viciados em internet, que navegam com desenvoltura em redes sociais são supervalorizados e na hierarquia de muitas empresas a média inicial é de R$ 2,5 mil reais. Esses dados também podem ser encontrados na revista VOCÊ S/A – Edição 145 – Julho 2010.

Evidentemente que esses números variam muito de um Estado para outro. No Rio de Janeiro, por exemplo, o piso é de R$ 1,6 mil reais, em grandes nomes de agências de Publicidade conhecidas no mercado, é o que afirma a Design Gráfico, Mariana Buss.

O custo de um curso de novas mídias em um site de inclusão/preparação para o mercado de trabalho é de pelo menos R$ 500 reais, com duração de um dia.

“Na corrida por uma vaga nesse nicho, se destacarão aqueles que investirem em capacitação, e acreditarem que as possibilidades de negócios e ações na internet são mais do que mero modismo”, declara a parceira de divulgação da pós-graduação em Estratégias de Comunicação em Mídias Sociais da Estácio de Sá, Ana Maria Novaes.

Algumas empresas assim como muitos profissionais enxergam as atividades na internet apenas como recreação. Eu mesma na época em que trabalhava com monitoramento de mídias sociais, tinha que ouvir piadinhas de jornalistas veteranas, que mal sabiam enviar um e-mail, perguntar com ares de desdém, como eu suportava ficar tanto tempo em frente ao computador. Sempre respondia com um sorriso: Sou muito bem paga para isso. Bons tempos àqueles! A coisa é tão séria que nas últimas eleições para representante Estadual, teve candidato que conquistou seus eleitores no microblog.

E aí, vai continuar dando uma de sardinha? Entra nessa briga logo.

segunda-feira, agosto 22

Sabe aqueles pensamentos que surgem na sua mente como provocações?


Aqueles dos quais você não se liberta facilmente, e desperta no meio da noite como se alguém o tivesse acordado? Pior ainda, quando esses pensamentos surgem no táxi a caminho de casa, em um cruzamento das avenidas principais, você vasculha sua bolsa enorme, cheia dos equipamentos indispensáveis para o exercício da profissão... Tem certeza de ter deixado a caneta e o bloco de anotações num local de fácil acesso e fica desesperada quando não os encontra. Enquanto se questiona: 

"O que é preciso fazer para não se deixar emburrecer?" 
"Quanto tempo é possível resistir?"

Fazer mais do mesmo, o que todo mundo faz direitinho... Esse tipo de expressão conformista me lembra dos vídeos motivadores encomendados pelos donos de empresas, os que assisti várias vezes no início da vida profissional, que mais tarde pude comprovar que não fazem a menor diferença. Todo mundo é descartável. Ninguém é, mas está...

Essa espécie de lavagem cerebral que os empresários e afins acreditam que podem fazer a seus subordinados, como o clássico "quem tem a personalidade do cachorro, ou do gato"... Que o cachorro é leal, enquanto o gato é rancoroso. O cachorro corre para o dono independente dos maus tratos que pode vir a receber, enquanto o gato só o procura quando quer algo que não poderá conseguir sozinho. Aff! Ninguém ouviu falar de pitibul, e gatos manhosos, que tal? 

Desculpe mas sou gente, até que me provem o contrário.

A primeira coisa na qual um profissional precisa pensar é em si mesmo, no trabalho que irá desempenhar e acima de tudo em seu próprio nome, este sim, independente da empresa para a qual prestará serviços, o nome é algo que lhe pertence, diferente da mesa, do cargo que ocupa, do uniforme... 

Aquela assinatura no fim de cada documento, seja ele burocrático ou para levar os méritos, é comprovativa, por isso leva essa nomenclatura, afinal ninguém consegue trocar de nome a hora que dá vontade. 

Registro e dou fé.
Documento = Substantivo masculino que significa declaração escrita, prova, testemunho, confirmação. 

Então, escrever um texto por escrever tudo bem, mas a assinatura que vai lá, no fim de cada conjunto de frases e significados, pertence ao autor, caso contrário ninguém brigaria tanto por direitos autorais. Os sentimentos e percepções, a construção de cada pensamento e o que se quis dizer são únicos. Salvo o Control + C, Control + V que muito se encontra por aí, é assim que as coisas são.

Descobri a pouco tempo que não preciso mais cuidar da minha vida, tem muita gente que faz isso de graça por mim e melhor sem que eu tenha sequer solicitado. Cuido mesmo é da minha felicidade! E conquistá-la é um processo gradativo, ininterrupto e infinito, não está no fim do arco-íris num pote de ouro... Mas, em pequenos gestos, nas pequenas atitudes, nas coisas que faço com prazer e ninguém vai me tirar isso, porque quer que eu me nivele pela mediocridade. 

Desse jeito tem aos montes é só se servir ou desservir.

sexta-feira, agosto 19

Fim de semana

Sexta-feira traz na essência a expectativa de um dia de semana onde todos os problemas necessitam de uma atenção especial, para não estragar o fim de semana pragmaticamente falando. Em contrapartida é o dia de encontrar os amigos e aproveitar o que a noite amapaense pode oferecer em termos de entretenimento.

A rotina tende a consumir parte importante do nosso tempo, e por mais que a distância seja ínfima, não encontramos as amizades tão facilmente assim. O tempo, ou a má administração dele podem ser facilmente responsabilizados, assim como a preguiça.

A maneira mais indicada para combater esses dois agentes antissociais é levantar do sofá e abrir mão do último capítulo daquela novela que você sequer acompanhava, mas que não ouvia falar de outra coisa.
E lá fomos nós depois das 22h (porque sempre perco minha chave e deixo as meninas esperando na porta de casa), o lugar escolhido para preparar o espírito para uma longa farra de rock and roll foi o Bar e Pizzaria do Francês, na Rua Ernestino Borges, próximo ao SEBRAE.

Há séculos não aparecia por lá e confesso não ter sentido falta, já que a assiduidade cansa os sentidos. Mas, a banda estava animada e me diverti muito, cantei desde a hora que cheguei, enchi os ouvidos das amigas Thainá Rodrigues e Lílian Guimarães com minhas novidades... Foi preciso registrar tal encontro compartilhado com as presenças ilustres de Rafael Guerra, Régis Sanches e Denize Muniz.

Nosso destino era Biroska Concept Bar, na avenida Xavantes, 112, Beirol, para a festa dos anos 80/90 Over Dose festa do K-7. Que tem colaborado muito com o cenário musical principalmente do rock and roll em Macapá. Se alguém disser que não temos opção é sinal que não conhece o Underground Produções.

A discotecagem com vinil da DJ Patrícia recepcionava o público já ansioso. A banda The Malk abriu os trabalhos, com um repertório bem romântico, compartilhou o palco com os flashbacks que só quem viveu intensamente os anos 80/90 é capaz de ter. 

A organização brincou com clipes/vídeos da época, pirei com isso, confesso... Ai, ai, lembrava de tanta coisa. (Risos).
Reencontrei gente muito bacana e conheci outras tão legais quanto! Ri horrores.

Não ficamos muito tempo... a próxima parada foi no American Bar, Av. Beira Rio, mas por lá só passamos... Depois Armazém Beer, noite de Reggae, nem entramos 15 dinheiros não era elas, na boa. De lá direto para um lanche especial no X do Sul, porque a fome era algo. Até que finalmente um bom banho e cama. o/
Sábado foi dia de ficar em casa, conversas de todos os tipos e muito chamego preencheram as horas que passaram voando.
Domingo... Ah, o domingo fiquei bem mulherzinha. Rsrs.

quinta-feira, agosto 18

Porções de arte

Vista  do Rio Guaíba, em frente ao Museu/Galeria de arte da Fundação Iberê Camargo
Às vezes custa até que as sensações permitam ser traduzidas pelos toques suaves e apressados no teclado.
Por dias me contive, até quando a maior das necessidades se fez quase sufocante, no momento em que precisava compreender minhas novas percepções.  

3° andar das galerias
Não é sempre que se entende um mundo novo... E isso me deixou ainda mais confusa. Não era o que sentia que me perturbava, mas o porquê de sentir.

Assim como são raros os momentos em que se está perdido e caminhando sem parar por até duas horas, sem perguntar a ninguém o caminho certo, quem nunca passou por isso, não sabe o que é estar perdido.

Então, o frio não doía e aquela manhã tinha um charme estranho... O sol depois de dois dias cinzas dos quais confesso ter sentido saudades, apareceu esplendoroso. Que filho da mãe! Como pode ser tão exibido, num cenário que dividia a natureza com a selva de pedra, da qual sempre quis fazer parte.  

Eram blocos e mais blocos de concreto, dispostos de um jeito especial, ladeado pelos 496 km² de um lago conhecido como rio e aquele tapete de betume espesso por onde os carros desfilavam precipitados, e as pessoas ignoravam toda a conjectura da coisa, culpa da rotina. Onde de um lado e de outro transitavam veículos diferentes, e daquele ponto de vista, pareciam tão próximos. Um contexto envolvente onde não cabiam falas.

Mais surpresas no interior e a visão seletiva nem sabia por onde começar, ninguém poderia indicar quais caminhos seriam os mais apropriados por mais que a arte fosse composta por teorias. 

A cada curva de cada lance acima havia mais de alguém cujo nome de origem Tupi “Iberê”, (significa nome de personagem de ópera, e traz a energia das artes. Há quem diga que o nome não tem tradução ou simbologia específica) provocava reações diversas, as obras tinham períodos peculiares e era possível sentir a vibração de cada movimento, independente da técnica... Eu poderia passar o dia lá, sem cansar.


Em especial a tela que mais rendeu reações, era um misto de energias boas e ruins que pareciam saltar aos olhos, promovia angústia e alívio, dor e prazer, um 3D quando não se cogitava tal tecnologia. Dependendo de como foi seu dia apreciá-lo no fim de tarde, talvez conseguisse traduzir tudo que sentiu, quem sabe até mais. Eu teria na parede da minha sala... contrário a outra opinião tão bem argumentada. 


Foto: Éverton Fagundes
Rio Guaíba
O Guaíba é um grande lago ao qual a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre está ligada. Descoberto há pouco mais de 20 anos, depois de pesquisa da UFRGS e universidades norte-americanas. Rico em biodiversidade, o lago integra diversas espécies vegetais e animais, que requerem preservação.
Fonte: Wikepédia





Foto divulgação: Fundação Iberê Camargo
Iberê Camargo
Um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de obra extensa, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras. Iberê Camargo nasceu em Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul, Brasil, em 1914. E empresta o nome ao Museu/ Galeria de Arte na Avenida Padre Cacique, 2000, Porto Alegre, RS.




Foto: Hellen Cortezolli - No final do passeio é possível comer bem.

quarta-feira, agosto 17

O silêncio verborrágico de um diário de bordo não escrito

Não faltou coragem, me deixei levar... apenas fui e vivi.

Ao desembarcar mal sentia meus pés, pareciam ter optado por permanecer sob as nuvens. Ainda descrente enchi meus olhos com toda a informação que fosse possível capturar e havia tanto. O olhar agia como lentes nervosas, cujo ISO e obturador, propositalmente configurados para que entrasse toda a luz, capaz de invadir minha alma velha, disparasse ininterruptamente. 

Sem exageros cada sorriso era um flash, o rosto por hora parecia ter congelado, os músculos todos contraídos em um só formato, deliciosamente motivado.

O brilho incandescente daqueles olhos ofuscaram todos os outros filetes, e a luz oriunda daquele sorriso me deixou muda e paralisada. Não sabia pelo quê esperar ou se deveria.

Tanto tempo... Era como se não havia existido. Uma grande pausa e todos os sonhos recolhidos, as decepções colecionadas por mais de uma década, se transformaram em apenas sonhos ruins. Nada além... Como pode?
Ver o igual por outro ângulo.
Foto: Éverton Fagundes
E tudo ficou perfeito. Até o chamar de minha atenção era suportável, mesmo que precisasse de um tempo para processar tais conhecimentos, tudo era novo e não sabia o que pensar.

Não estava no comando, apenas deveria me deixar guiar. E foi tão bom ser eu mesma, abusar da fragilidade escondida tão profundamente, nada de blindagem, sem armadura. E sem vergonha ou medo.
A tarde de sol e um calor gostoso ganharam estrelas em apenas um lugar, era possível observar dali até a estratosfera. Eu ria, via, sentia...


Depois podia comer um caminhão de cultura, arte, pintura, livros, cinema, tudo à disposição, ao alcance dos dedos e meu medo... era só em querer tocar e finalmente perceber que era tudo verdade.

Ouvir os sons de todos os tipos, as músicas desconhecidas e, um perfume de casa limpa, como a que imaginamos nas propagandas de amaciante de roupas... Depois contemplar o pôr do sol. 

Tudo isso no primeiro de sete dias.
Não queria mais acordar. Nunca mais.


quarta-feira, agosto 10

Divisor de Águas



O tempo deu uma trégua, já não me escraviza mais. Uma taça de vinho me faz companhia, enquanto ouço o som que não conheço... e tudo não precisa mais fazer sentido.

Liberdade é uma sensação estranha, devastadoramente incrível, como se fosse possível senti-la invadindo os poros, penetrando a carne e a percorrendo a corrente sanguínea, não há mais nada além dela e o gerúndio.
Sabe-se, no entanto que a porta está aberta, e ela invade o recinto e sinto mais, não muito além do que preciso e ignoro o limite.

É mais do que o corpo pode sentir, a mente não organiza nada, não é preciso. Sentir é palavra de ordem e instantaneamente o corpo corresponde e pronto, tudo isso sem obedecer a nenhuma regra.
Os olhos descansam e não precisam ver. Os ouvidos ensurdecem, não há testemunhas, a vibração do som faz tudo parecer normal e o quanto isso pode ser anormal pouco importa...

E o coro se forma, tudo que é dito é poesia.

Liberdade não se encontra em lugar nenhum, não há prateleiras onde pode caber tanto conteúdo, não se pode acha-la quando o desejo é a única coisa que resta, nem na quantidade exata.

Ser livre está além dos conceitos, dos manuais, fórmulas e cálculos matemáticos, mesmo naqueles onde é possível comprovar que Deus existe, que o amor é vivo e anda por aí, para quem quiser encontra-lo, esbarrando sem querer...

A liberdade chega se apresenta e te abraça, sem a menor cerimônia, tudo é um divisor de águas. 

terça-feira, agosto 9

Quando me permiti

Me permiti ver o mundo de cima.
Bateu um frio na barriga, um medo que de repente não sabia mensurar se era do conjunto da obra ou do frio...

E lá estava eu, a mais que 11000 metros do chão, mergulhada em meus pensamentos, tão verborrágicos. Eu queria estar ali e onde mais fosse possível.

O sol se pôs para mim.
Há tempos não ficava comigo mesma, dessa maneira tão independente e no conforto da invisibilidade (meu superpoder).

De certo modo consigo sempre o que quero, só não da maneira que imaginei... Mas, isso é outra história.

Quanto tempo leva até que um desejo se realize? Ah, essa noção deveria ser ensinada ainda na infância. O jeito é acordar para vida e correr para alcançar o sonho... Por que não disseram isso antes? ¬¬ Se disseram, não ouvi.

Quando tudo perde o sentido e principalmente você não tem mais os tais desejos para seguir em frente, é preciso reformular, mas o melhor mesmo é começar do zero. Então que assim seja!

Novas metas e me deixar levar por elas... Vamos ver os resultados, só sei que até agora, finalmente, estou muito feliz. *-* E mereci!

PS - Tudo que antes me engolia e fazia mal, não existe mais. E imagino como deixei chegar a isso, quanta bobabem.

Papo Calcinha

Se você é daquele tipo de mulher desconfiada e tudo que ouve, vê ou sente rende várias teorias da conspiração, a viagem de hoje é totalmente direcionada a você.

Então é melhor se convencer que ouvir mais de seis vezes a mesma opinião de pessoas diferentes, deve ser levado a sério. Se te chamam de gostosa, por exemplo, lamento informa-la que de fato você deve ser. Afinal os homens não mentem assim tão bem, né? É bom se conformar. Tá certo que tem mulher burra que acredita, mas convenhamos...

Ah, por falar em mulher que acredita, é praticamente uma unanimidade (por mais que essa frase não faça sentindo algum, porque se é unanime, não se discute, mas enfim...) que as mulheres trazem consigo algum tipo de botão autodestrutível, nunca estão contentes com absolutamente nada, (e olha quem fala é uma expert), têm uma tendência natural a isso, salvo casos das feias.

Essa afirmativa é verdadeira, porque se não é feia por fora, certamente é por dentro, do tipo que pode até aparentar alguma meiguice, mas abriu a boca: “Fecha a tampa da latrina”, e nas variações mais perversas que se possa ter desse conceito.  

Tá, tudo bem! Mas, agora você se pergunta e de preferência em voz alta: “O que isso tem a ver?”. Eu respondo: “E precisa fazer sentido?”.

Não que eu esteja revoltada com as mulheres e isso inclui a mim mesma já que sou várias em um modelo compacto, tudo depende da situação e da companhia, não é mesmo?!

O lance é que ser quem somos também cansa. Daí a ideia seguinte é parar de confabular consigo mesma, expurgar todo o tipo de viagem sem volta que a criatividade às vezes nos impõe. 

Ligar o botão do “foda-se” é sempre uma boa pedida. E, lógico se deixar deslumbrar, acredito que esta volta toda, foi para finalmente admitir: “Estou totalmente deslumbrada!”. Ufa, consegui assumir. ^^

sexta-feira, agosto 5

Papo de homem

Enquanto rascunhava um texto sobre meu momento atual, tive a atenção voltada para um papo “muito sutil” de alguns colegas de trabalho, todos homens.

Um deles havia recomendado a outro que assistisse à novela das onze. Antes do terceiro se manifestar com aquelas gracinhas de praxe, onde geralmente destacam suas possíveis desobvialidades, que segundo uma visão mais machista desencaminham os machos, ele se antecipa:

“A novela é sem frescura, tem palavrão, as mulheres estão toda hora na cama com os caras”... A macharada se animou e ele prosseguiu com as argumentações “muito bem fundamentadas”: “Só tem um problema que identifiquei, a novela de época com os modelos de carros todos 2011, e as roupas de festa das mulheres, cabelo e maquiagem, praticamente dos anos 70. Tá tudo errado”.

Além de me divertir com a ideia de que eles agora falam de novela, achei interessante o cuidado que tiveram em dividir suas percepções... E todos ficaram se ouvindo. É tão difícil isso acontecer, as pessoas fingem estar atentas o tempo todo, a menos é claro que isso lhes beneficie diretamente e em tempo hábil.

Para concluir, homem não fala só de sexo, futebol e mulher, essa mesma turma com quem sou feliz em conviver, fala também do que as mulheres falam, de como se tratam. E tem um monte de verdades, serve até para nos prevenir das ciladas anunciadas. Têm diagnósticos certeiros, homens conhecem homens e mulheres. Nós mulheres pressentimos mais, às vezes, do que de fato identificamos.

Tenho a honra de ter amigos que falam de política, arte e entretenimento com muito conhecimento. Mas, do jeito dos meninos citados acima, foi merecido um texto só para eles.

terça-feira, agosto 2

Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida

Não é preciso dizer o quanto Confúcio estava certo em sua afirmação, o cara sabia das coisas. 
E a dor na coluna que há dias não me deixava nem dormir em paz, deu uma trégua... e lá estava eu a contemplar com estes meus olhos arregalados o quanto foi linda a festa de rock em Macapá... A Hidrah arrebentou, fazia tempo que não assistia a uma apresentação dessa banda, palmas para performance da vocalista grávida, essa foi um dos raros momentos em que consegui registrar o barrigão!

Banda Hidrah

Estava a postos desde a hora marcada, como habitual... e confesso nem uma empolgação tomava conta desse meu ser insignificante. Apesar do entusiasmo do meu amigo e colega jornalista Ewerton França, tudo parecia anestesiadamente acontecer.
No início bateu aquela timidez, consequência até das atrações, depois da recepção por parte das banda Angra... mas eu chego lá...
E logo eu que pensava em permanecer confortavelmente invisível, não, não foi assim. Mas, foi legal.
Não estava mais a trabalho, era só divertimento, e me divertia levando tudo a sério, como sempre.
Banda Angra

E o Angra aconteceu... e lá estava eu... curtindo, cada segundo, no camarim (morta de vergonha de tietar, sempre fico, não gosto de demonstrações públicas de afeto e/ou admiração) no backstage, embaixo da torre improvisada me esquivando da chuva, no espaço reservado para imprensa e depois desviando da galera que invadiu a área em frente ao palco , foi a melhor onda rock que já fui. 
Lindo ver o público curtir, cantar as letras e tals, meus amigos todos emocionados.
O Ewerton não se descuidou e registrou tudo, como ele diria: "Cortezolli é a cara da prepotência". Rsrsrs
Foi o meu melhor banho de chuva! ^^
Que venham os próximos eventos, shows e o meu divertimento garantido. Esse é um marco na minha nova fase profissional. Ufa! Bora ver se aguento o tranco. Na chuva até que é fácil, difícil mesmo é o sol.