"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

quarta-feira, agosto 24

Próxima parada - Anarkilópolis



 É um tremor que faz com que o corpo fique paralisado e conforme os primeiros toques nervosos na caixa, bumbo, surdo, pratos, chimbau produzidos pelo Magrão em sua bateria inconfundível... 

As batidas do coração aceleram e os olhos ansiosos se esbugalham  e alertam os ouvidos para o que está por vir, os rifes da guitarra do AJ e do contrabaixo do Tássio Callins, entram em cena nessa sincronia eletrizante, ali por entre as mesas dispersas no salão do Sesc Centro, ele, Sílvio Neto, que sem cerimônia toma seu lugar no palco do Projeto Botequim e solta sua voz.

E quem esperou que o Tributo a Raul Seixas fosse mais um daqueles encontros saudosistas cheio de imitações, sentiu a essência do que é “Uma viagem a Anarkilópolis”... Um caminho sem volta na criatividade musical, no talento da Banda Tio Zé com o charme, irreverência e autenticidade que Sílvio Neto consegue exibir a cada nova apresentação, porém, senhoras e senhores, nada comparado a esta noite.

Banda Tio Zé
Aquele processo químico descrito inicialmente nessas linhas tão desconexas, cujas frases e pensamentos tortos relembram a todo o momento aquela entrada por entre a gente que se fez presente no mesmo lugarzinho do ano passado, com um jeito de barzinho e restaurante comportado, que mal tem espaço para dançar... Cuja luz pouquinha é para sugerir um magnetismo meio descomplicado ao público que frequenta o lugar.

Ferveu como água quente, ou sangue bombeado em veias assim meio insurgente. E toda aquela coisa que acontece a um vulcão, talvez até o sétimo círculo do Vale de Flegetonte...

E que Dante Alighieri me permita roubar-lhe parte avessa  ao que sugere sua Divina Comédia.  O inferno nesta noite não é do mal, somente insinua a violência com que a sensação de presenciar a energia da música, do timbre das cordas vocais do Mestre das Ilusões e do desempenho no palco, quiseram nos mostrar e provocar. Ali pelo palco também esteve presente como o Mestre mencionou, o próprio Raul Seixas.

Violento, foi o estremecer das bases em que nós meros espectadores nos pusemos a admirar o talento daqueles caras e o melhor, que visivelmente se divertiam.


A viagem a Anarkilópolis conduzida pelas mãos, vozes e ouvidos da banda Tio Zé e Silvio Neto vão ficar por algum tempo retida em nosso subconsciente, a exemplo do que deve ser uma “Sociedade, realmente, Alternativa”, o público emocionado quiz mais.

*Em nome da família Cortezolli, agradeço pelas músicas e principalmente pelo show!

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