Acordei cedo, cheia de preguiça, (discuti com meu pai antes de dormi...Isso sempre me rende um sono pesado e lá pelas quatro da manhã, insônia, seja a discussão com quem for. Sabia que minha cara não estaria boa...)
Levantei, fui comprar shampoo, de volta em casa, fui direto para o banho, lavei os cabelos e calculei milimetricamente meu tempo para que nada desse errado. Dei alguns descontos para os possíveis contratempos...
O telefone toca e meu namorado não pode me levar, tenho compromisso às dez, vou me atrasar, (detesto chegar atrasada). Não vou pedir ao meu pai que me leve, estamos de mal...
Desisto, não vou mais. Não farei falta mesmo.Minha mãe o chama, ele se prontifica a me levar.
Cheguei por volta das dez e meia no “destino”, não tinha ninguém além de uma colega. Não me estressei, nem um pouco. Até me estranharam, mas era de manhã e eu já havia desistido de algumas coisas, eu nunca desisto, o que poderia dar errado?
Fui para o trabalho, contei as horas como sempre, contratempos, mais e mais...
Hora de sair, graças a Deus!
Corro até o carro, lá está ele e está sorrindo, passou na defesa do TCC. Que bom!
Corro para faculdade, já passa das seis da tarde, muito tarde.
Procuro a professora para entregar o trabalho, não a encontro. Disseram que foi lanchar...
Encontro meu amigo cavaleiro, falo do beijo que lhe mandaram. Ele mostra a bochecha para que eu mesma lhe dê o beijo e respondo:
- O beijo que te mandaram não posso te dar!
Ele sorri e confirma a presença no evento.
Em casa outra vez, vestido pronto, corro para o banho, saio... Vestida, calçada. Rímel nos cílios. Pronta e atrasada, outra vez.
Evento, e vento...
Quase ninguém e o ainda correria por lá para aprontar tudo.
Ok. Gente e mais gente, imprensa, entrevistas, convites e qual é a boa?
Festinha legal.
O ideal é que fosse uma comemoração de cada vez, mas tudo bem.
Qual o destino?
Primeira parada pizzaria. Na mesa três casais, os homens de “sistema” todos após tcc defendidos e aprovados. Mulheres, ainda estudantes: Arquiteta, jornalista e nutricionista.
O que resultaria dessa mistura:
“Um prédio bem desenhado, com funcionários com dieta balanceada e comunicação latente. E o sistema operacional modelo.” afirma a mais otimista.
“- O quê? Se juntar nós três sai um joguinho muito parecido com pacman”, rebate o realista.
Recordações da hora do desespero, o Francês (dupla nacionalidade), na hora do nervosismo, voltou a língua mãe. E a banca só se olhava. Rsrsrs. Até ele retomar o controle e repetir tudo em português.
Próxima parada: Bar (Norte das Águas) e depois de muita demora...
Três garrafas de absinto na mesa, taças, açúcar o ritual completo. Abram espaço, todos acomodados.
Eis que brotam as pérolas:
Enquanto fotos são executadas...
A noiva diz: - No nosso casamento vai ser duas dúzias de absinto! Todo mundo vai ficar de porre!
São quatro casais à mesa e quatro avulsos (todos homens).
-Um deles já perdeu contato com a torre!
Ela continua:
A menos que alguém aqui vá casar antes da gente?!
O olhar percorre por toda volta da mesa, um silêncio, até que:
- Casamento? Isso faz até mal para saúde! Diz o mais empolgado, enquanto brinca com o fogo na ponta dos dedos, depois de mergulhá-los no absinto.
-Não sou Mister M, não vou contar como faço isso.
Risos confusos, e sorvo o que resta de absinto dos lábios do meu namorado, ele é egoísta, não sobrou nada.¬¬
E seguem as pérolas...
A noiva diz: - Amor, deu cento e vinte nove reais...
O noivo responde: - Por mim! Eu nunca achei que tomaria três garrafas de absinto e ficaria bom. Diz isso agarrado numa garrafa de absinto vazia e com sotaque “baleiês”.
E mais risos confusos... E eu sem caneta, que lástima!
Depois da terceira doze, meu namorado diz baixinho no meu ouvido:
-Eu quero ir para casa daqui a pouco.
Eu resmungo:
-Mas, não é nem meia noite.
Ele rebate:
-Depois que eu comecei a namorar contigo eu saí dessa vida.
Ele me encara e ri.
Mais espera, mais uns goles, risos de risos, caretas e fotos.
O mais empolgado se expressa:
-Depois da outorga vou vender meu carro e fazer curso para pilotar helicóptero. Vou ligar de bem longe para vocês e dizer que eu to aquiiiiiiiiiiiiii.
Aproveito para perguntar o por quê do ritual pra beber o absinto.
Ele responde:
- Não sei, mas uns velhinhos lá de mil oitocentos e alguma coisa faziam assim, então eu imito eles.
Sem nenhum gole, fico com as honras de levar os porrezinhos para casa.
Mas, me diverti.
:)
Certa vez dei de presente pra um amigo - John Fletcher http://cafebeatnik.wordpress.com/ - uma garrafa de absinto.
ResponderExcluirNão sei porque, o cara nunca tinha me dito que gostaria de ganhar uma dessas, ele nem sequer havia bebido alguma vez. Tampouco eu. Peguei a garrafa, e entreguei a ele. "É tua. Presente."
Claro que tomamos juntos.
Resumo: ele praticamente queria levar a toalha da mesa da lanchonete onde fomos tomar um caldo pra se recompor. Era tão macia e tão áspera (as incongruências do porre) , era tão verborrágica (toalha de mesa falante), era tão linda (horrível), ela demonstrava toda a extensão do abismo que os seres humanos tem que encarar para vencer a batalha diária das relações entre si...
Nunca acertei tão acertado em um presente.
Ai linda que legal sua noite... Queria eu ter uma noite como esta para no dia seguinte ter boas historias para contar.... Tudo que conseguir este fim de semana foi me envolver em um acidente com um motoqueiro, ver a vitória dessa p.... do flamengo e assistir uma briga de familia... Aff, que azar ein!!!! Mais valeu pelo menos para aprender alguma coisa....
ResponderExcluirBeijo adoro você!!!