E quem eu sou?
Um emaranhado de células, carne e gordura, músculos, veias...
Sentimentos reprimidos por ninguém mais além de mim
Um poço profundo, com uma mola no fundo que me impulsiona...
Quando desço e desço sempre, volta às minhas origens de não ser ninguém;
Alguém num minuto de atenção, que cava a própria cova, onde covarde se aloja
Com medo das perturbações da vida
Bandida
Ordinária
Masoquista
Aquilo que reside entre o sim e o não, mas o oposto do talvez, quem sabe...
Uma atrocidade, com rosto desfigurado, que ora se encara, ora não está mais lá
Aonde terá ido?
Reflexo do egoísmo, de ser uma só e ainda ser muitas
Do hibridismo contido na essência de ser uma mulher com muitas faces
Que se despe de suas máscaras, armaduras
Se protege com o escudo do sarcasmo
Marasmo
Sei lá...
Composto de água e sangue...
Vontade enorme de voar, para longe, ir para casa, sempre...
Casa sem endereço fixo, onde o chão parece algodão
E o toque macio é reconfortante
O vento envolve como um abraço e não há sons, nem multidão
Já não era sem tempo,
Fobias que cegam, laços do intransponível
Prisão sem grades, um plano infalível
Gestos, frases, tudo marcado
Cicatrizes que alucinam, não há nada verdadeiramente ali
Pulsos, tornozelos, não existem correntes
Então vá, o que a impede?Um soluço, a voz que cala
Desvanecida pelos ruídos da existência,
Múltiplos
Loucos
Confusos
Segue a rota do sol
Que arde como lava
Queima, assa, para sacudir o corpo que cai
E ao se libertar da prisão sem limites, voe para o norte, para o sul
Não importa
Lá estará ela
Escondida no peito, corroendo como o tempo ao ferro
Um amarelo manchado, queimado, aos pedaços
Rótulo e cobiça e só era preciso um abraço
Laço
Faço de tudo para dar voltas
Fujo, corro e ainda me persegue
Esse ruído...cortante,
Translada essa coisa, coisada que fala e diz:
Nada
Não é nada
Vai passar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua vez!