"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

sexta-feira, dezembro 16

Gente, motivação, máquina do tempo e o novo

De repente você se toca de que é a única pessoa capaz de se magoar, porque ninguém mais tem esse poder, você na verdade cede o espaço ao baixar a guarda. “Tu és responsável por aquilo que cativas” - Antoine De Saint Exupéry.
És quem se obriga a viver situações desconfortáveis, que o submetem a sensações constrangedoras, porque quer. E, não tão de repente assim percebe que todo o poder de mudar está em suas mãos.

Nota que não existe motivos no mundo que o obriguem a levantar todas as manhãs e, em vez de agradecer pela família, saúde, trabalho, amizade e todas as coisas boas que a vida oferece, você se preocupa com que roupa deve vestir para ir àquele inferno que chama de “emprego”. Isso é mais do que prova de que precisa mudar. Fazer o que gosta, o que sente prazer.

Não são as pessoas, ou os lugares, é a rotina que te destrói, é fazer todos os dias as mesmas coisas, percorrer os mesmos caminhos, ver a vista da janela como um flashback.

Eu me vi assim, presa em minhas crises por muito tempo. E resolvi parar de me machucar tanto. Logicamente que me submeti por um longo período para conhecer minha própria capacidade. Já que por mais que eu conviva comigo, nunca saberei ao certo como serão minhas reações frente aos inúmeros percalços que a vida me impuser. Discordo quando alguém sustenta, mesmo que por hipótese que conhece alguém, mal nos conhecemos a nós mesmos. 

Essa afirmação de conhecer a si mesmo seria se sentenciar a jamais evoluir, renegar as possíveis transformações.

Macapá tem um peso sem dúvida na minha vida profissional. Aqui escolhi outra profissão, parei de trabalhar com banco (porque dinheiro dos outros dá muita dor de cabeça). Optei pela comunicação, por acidente. Não havia curso de psicologia à noite (justificaria as minhas constantes autoanálises, né? rsrs)

Costumo dizer que caí de paraquedas no jornalismo e me apaixonei. Como em toda a relação movida pela paixão, tive crises de fé constantes. Duvidei da minha capacidade por mais de mil vezes e questionei meu potencial por três milhões de vezes mais.

Ao longo desse tempo entre academia e profissão - já que atuo na área tempos antes de me formar - Conheci muita gente que fez jus a expressão “burra”. E também gente muito inteligente, gente evoluída que mais tarde, involuiu. Gente que não sabia o rumo que queria dar à vida, mas se deixou levar até que finalmente se encontrou, e está feliz. Gente que só me deu orgulho de chamar "colega jornalista". Gente ética, profissional, dedicada, íntegra...

Gente merecedora da minha atenção, admiração e apreço. E, também gente que se mostrou ser indigna do meu respeito como gente mesmo.
Gente que se esforçou e hoje é mais do que era antes.
Gente que mudou ideias sem se perverter, e outras que se corromperam por bem pouco. Gente que chutou o balde e deu exemplo do que é ser líder e, gente que não importa o que faça nunca o será.

Conheci gente que se prostituiu por publicidade gratuita, não só seus valores, porque quem faz isso, não tem nenhum. Gente que usou a academia para autopromoção, bem como outras instituições e fará isso até que consiga o que quer, que se diz jornalista competente e atuante em outras áreas. Tipo capa para qualquer coisa, mas no fundo, não respeita ninguém, nem a si mesmo.

Gente que também trabalhou vestindo a própria camisa, porque ninguém pode nos roubar a alma.  Conheci gente que deixou de inteligente. Que se deixou fazer lavagem cerebral e que ainda não sabe disso. 

Em contrapartida, conheci gente que pensa e não pensa que pensa. Gente que trabalha para esse ou aquele nicho, mas não vende a mãe por um lugar ao sol.

Todos os modelos e antimodelos foram muito importantes nesse início de caminhada e tenho um longo caminho a percorrer. Nossa! Como conheci gente, não sei quanto dessa gente toda me conheceu, ou reconheceu, mas não importa...

Faço exercícios constantes para não me perder por aí, mas se não for possível evitar que eu me procure ou não, (rsrs).

Vou estampar no peito que ninguém me censura ou pode achar que têm esse direito.
Ninguém é dono de mim ou me comprou, porque não estou à venda. Porque não vendo noites de sono e, não assino embaixo de mentira, a menos que acredite nelas com todas as minhas forças, até que um dia seja capaz de me decepcionar (como sempre acontece).

Vou lembrar sempre de quem trabalhou duro para galgar uma carreira com integridade moral. Com esforço e valores éticos, itens estes que não foram apenas disciplina da faculdade. Gente que soube usar isso na prática todos os dias e tive a honra de conviver.

Levo comigo a lembranças dos amigos que fiz, da lealdade com a qual se entregam de cabeça ao jornalismo.
Levo ainda as amizades verdadeiras que fiz dentro e fora do jornalismo.De quem vou sentir saudades e espero não perder contato.
Quanto às pseudo-amizades? Não lembro!
Não tenho inimigos, porque não desperdiço energia com coisas ínfimas. O que não me serve mais, apenas descarto e ponto.

As verdades que disse não as retiro, nem volto atrás.
Por falar em descarte...
Tive que dar fim, até por causa da falta de espaço, nos arquivos de faculdade. Percebi que reuni tanta porcaria, tanta coisa que não me servia mais. E, de certo modo me causou tanta tristeza em reencontrar, reler.

Assim como as fotografias, os arquivos, vídeos, textos, objetos, tudo nos faz lembrar os momentos...

Engraçado, como sempre mencionamos de uma forma hipotética como seria voltar no tempo, só que isso é possível, apenas não é como imaginamos ou concordamos que seja, como o cinema nos apresenta. Porém, todas as vezes que mexemos no passado, revivemos nossos passos, apenas não podemos muda-lo, contudo, a partir das experiências adquiridas, podemos mudar nosso futuro. Então, existe máquina do tempo, porque o tempo nos modifica. Ele me deu as costas por um longo período e corri tanto para alcança-lo. Por vezes me senti tão velha e quanto mais velha mais eu corria para tentar ganhar de volta o tempo que perdi.

E não seria absurdamente injusta, se afirmasse que não mudaria nada. Pelo contrário, mudei tudo. As alterações foram tão grandes que restaram espaços vagos, porque apaguei recordações que não me eram úteis. Acredito que seja por isso que me desapego tão facilmente.

Espero que com todas estas ações e reflexões eu esteja pronta para o novo, e por mais que ele assuste o desejo tanto, como quem espera um novo amor.

É um até logo, não um adeus!

Essa era a equipe que iniciou este ano de 2011, no dia do meu aniversário. A turma diminuiu, as saudades são permanentes assim como as lembranças que levarei comigo. 

Esta manhã foi minha despedida da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom/AP)... Nunca imaginei que seria tão emocionante relembrar e compartilhar com os colegas de trabalho e amigos que fiz, os momentos que passamos juntos. Não foi fácil, mas o conhecimento e a amizade a gente leva para sempre.

Chorei até não poder mais...

E vê-los emocionados, já sentindo a minha falta, não tem preço. Na verdade nem esperava que fosse assim.

Principalmente por ser a pessoa que sou, descrita como geniosa, difícil, extremista, mesmo assim, conquistei a admiração deles e a amizade e isso é muito importante.

Gostaria muito de ter agradecido a oportunidade que minha ex-professora de Jornalismo Comunitário e Ambiental, Jacinta Carvalho (in memoriun), que mais tarde veio a se tornar a secretária de Estado da Comunicação, pudesse saber o quanto lhe sou grata pela confiança no meu potencial e respeito pelo meu trabalho. Sempre busquei isso pelos lugares por onde passei, e aqui na Secom e da parte dela, do Aldeci, meu chefe direto do Núcleo de Atendimento e Produção/NAP, eu tinha. Assim como com meus colegas.

Ela nunca vetou nenhuma matéria/reportagem minha, ou me mandou reescrever, por falta de informações, coerência, erros de qualquer natureza, ou linha política. Foram poucas é bem verdade, de agosto para cá, mas mesmo assim, tiveram muito de mim. E tive prazer em escrevê-las.

A secretária sempre que nos encontrávamos elogiava meu trabalho, que sem graça eu dizia que “estava me esforçando”, assim mesmo no gerúndio. Afinal, no fundo, nunca tá bom.

Um dos motivos da minha saída, além da vontade de aprender mais e investir na minha carreira, foi vê-la partir tão cedo. Foi dito: “ela exerceu suas funções com lealdade e competência”. Mas, para mim ouvir não foi suficiente, sei de seus trabalhos juntos às comunidades acadêmicas, de ensino médio e fundamental, da colaboração em outras vertentes sociais e sem dúvida a gente sempre espera mais.

Gostei muito de tê-la como professora de Jornalismo Comunitário, ela falava daquilo com vontade. Continuo sem gostar de Jornalismo Ambiental, mas isso é irrelevante. Ela deu a vida pelo trabalho, pelos estudos, hoje uso isso como exemplo para eu começar a viver, já que levo tudo muito a sério. Não nego que mexeu muito com todos nós sua partida, por ser tão jovem. Nunca fui próxima a ela, nem aqui, nem na faculdade. Mas, eu via o quanto ela se dedicava ao trabalho e morreu no exercício da profissão.

Não quero desaparecer com o sentimento de que poderia ter feito mais... Sei lá... É tudo tão estranho.
Engraçado que apesar da breve convivência com alguns, em especial a minha ida para o Núcleo de Jornalismo Institucional (NJI), que no início achei que fosse castigo. Abracei a causa,  bem verdade. 
Rsrs, nunca tive atrito com ninguém. E pela manhã bem cedo sempre rolava muitas risadas, repetidas no fim de tarde também (nem sempre), mas boas. Nem se compara aos traumas da Expofeira, mas como diz um outro alguém que me é importante “não vale a pena lembrar dos traumas, só das coisas boas”.

Meu amigo Elton Tavares, que desde nosso início juntos no ano passado, se tornou meu irmãozão, me ouvia e apoiava sempre (me puxou as orelhas para k... também)... Depois foi o Ewerton França, que se tornou meu amigo, irmão e confidente! Amos os dois #foreverandever.

Nas melhores pautas o França e eu estivemos juntos, Show do Angra, 7 de Setembro, Museu Sacaca, texto e foto, ou minha ou dele. Vamos dar continuidade ok? Fora o tempo de academia, que notamos há pouco tempo que foi cinco anos de feitos jornalísticos juntos.

Obrigado aos amig@s:
Do NJI, Marcelo Gonzalez, Anselmo Wanzeler, Júnior Nery, Nayron Coelho, David Diogo, Edi Prado, Núbio Pontes, Fabíola Gomes, Karla Marques, Pérola Pedroza, Amelline Borges.
Sem esquecer os que já estiveram aqui, Sílvio Carneiro, Renan Corrêa.
Da Ccom, sr. Paparazzo, Edgar Rodrigues, dna. Graça Penafort, Fê Sampaio, Francisco Gomes, Dark, Chico Terra e Anax Viana.
Do NAP Aldecy Pantoja, Cleiton Souza, Tãgaha Soares, Clayse, Cíntia Souza, Brito e o recém chegado Aog Rocha (pirata e amigo de farras).
Sou muito grata a tod@s, não só pelo aprendizado como também pelo carinho.

Não é fácil ser vidraça, assessorar pastas com muita visibilidade. Quando me deram a Polícia Militar, a Politec e a Jucap, imaginei que fosse um teste para saber até onde seria capaz de suportar.

Mas, não foi nada do que descreveram para mim, minha relação com a Polícia Técnico Científica (Politec) e seus servidores, desde a portaria até o diretor Odair Monteiro, foi a melhor que eu poderia desejar. Profissionais que entendem e respeitam o trabalho do assessor e da comunicação. Lá eu não era a última a saber das ações. Meus assessorados não marcavam entrevistas por eles mesmos...  o tratamento era sempre atencioso, profissional e humano.

A Polícia Militar foi mais difícil e não tive espaço, mas não me deu problemas porque eles têm assessores lá, então tudo bem. A Jucap é tudo que descrevi da Politec, só que ao contrário. #Aloka

O Núcleo de Atendimento e Produção/NAP, era onde iniciei os trabalhos com publicidade, todos os dias os desafios eram novos, não havia rotina. Se todo o jornalista tivesse a oportunidade de conhecer cada etapa da criação de tudo, a relação não seria competitiva como na faculdade, onde o “jornalista e o publicitário” queria ser melhor ou mais importante que o outro, além de esquecer do “Relações Públicas”, saberia o quanto todos são importantes!

Aprendi muito. Agora busco a chance de aprender mais e aplicar.

Toda a experiência é válida... acho que não dá para terminar porque já estou de olhos inchados. #prontofalei

As fotos de hoje eu posto mais tarde.