"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

sábado, fevereiro 27

Tudo tem valor

Já faz tempo desde o último post.

Tempo o suficiente para que eu pudesse perceber mais detalhes, adorar a todos, em suas mais diversas formas, com os quais fui agraciada nesse último mês. Não gosto de Carnaval, mas amo o feriado, amei esse em especial.

Após o retorno às aulas, além da preguiça e sensação de que o ano só teria início mesmo após a festa pagã, muita coisa boa aconteceu.

Exemplo 1:

Um dia desses uma colega expôs a conversa que teve com o namorado. Segundo ela, ele não a estava ouvindo, e ela mesma se corrigiu, “entre as entrelinhas”… Quando ela me contou, eu divaguei na mesma hora… Como a tempos não fazia, chega a ser raso. o pensamento que tive, mas foi insanamente gostoso pensar assim:

- E se realmente houver mais entre as entrelinhas, como um universo paralelo existente entre dois mundos, separados pelo comportamento tradicional… Coisas do gênero.

Ela no instante seguinte, me interrompeu e disse:

- Menos Hellen, menos. Não começa com as tuas viagens.

Achei engraçado e extremamente interessante como tudo aconteceu.

E muitas situações se assemelharam com esta que acabei de declarar. Senti que algo acontece comigo nesse período em que acreditava ser infrutífero.

Exemplo 2

Mais que um fósforo sendo queimado até que as pontas dos dedos sentissem o calor ameaçador para exercitar o improviso. Como no exercício sugerido e aplicado pela professora Cláudia Arantes, foi uma aula muito legal!

Exemplo 3

Falar de idéias que são abortadas no meio do processo criativo, por não atender aos requisitos conservadores da maioria, é amputar uma parte de si mesmo que foi impedida de progredir. Sufocada por aqueles que não permitem que ninguém ouse, tão pouco inove, ou talvez leve uma idéia por mais estapafúrdia que seja, até o fim…

Deixe fluir. Fazê-la ganhar corpo é simplesmente fluir. Mesmo que no final não saia nada além de bobagens. Desde que seja prazeroso o experimento.

Cansa ver as idéias sumindo, na verdade elas ainda estão naquele lugarzinho de sempre, mas depois de tanto ser reprimidas, não se mostram como antes.

Então, caso aconteça de no meio da noite, de você formular uma frase genial, não deixe para escrever pela manhã, faça na hora… Mais tarde pode ser tarde demais e, dane-se se alguém disser que não dá para fazer, faça de qualquer jeito, mas faça.

Dois offs pode ser legal, como pode confundir, mas e se a confusão estimular criações de outras pessoas, em outros lugares, e dessas criações podem sair coisas geniais?

E, se um dia quem teve uma idéia genial, disser que foi estimulado por algo tosco que viu em algum lugar, isso não terá sido uma colaboração (mesmo que anti-modelo) de algo bom ter sido realizado?

 

E se um dia isso tudo tiver valor? Como você vai saber se não tentar?

 

 

Pode ser que eu faça alguma coisa legal um dia desses!

terça-feira, fevereiro 9

Delicada audição

Retorno às aulas, e uma noite onde rostos já vistos, porém pouco distintos, preenchiam aquela sala, que para todos  era novidade por ser visivelmente menor que a anterior… Mas, que não passava de mais uma sala branca, com uma lousa, cujo quadro de avisos pendurado na parede espera ter utilidade. E, no canto próximo a porta, uma lixeira de médio porte, forrada com um saco plástico preto, aguarda também ser usada… Quem sabe alguns papéis de balas ou chocolates, já que ninguém trouxe cadernos…

Aqueles rostos fazem parte de outros conjuntos, com histórias singulares, interessantes ou não, e sentidos. E, dentre eles a “delicada audição”, que se readapta aos poucos ao bombardeio de informações que retumbam junto a acústica nada agradável, onde pode-se ver o som ir até o fundo da sala, bater na janela metálica e retornar para a porta com um espaço de vidro para olhar através, tudo é sentido como um soco no estômago. Ainda assim, não dói.

E os jornais velhos, trazidos pela professora que veste verde e empolgada depois das férias, doida por produzir jóias, talvez, cujo brilho no olhar até pode ser contagiante… Porém, não deve se iludir, será melhor esperar que a festa profana extravase os resquícios de sonhos não realizados no fim do ano passado. Certamente, haverá mais energia após o carnaval, agora no entanto, a produção de “pérolas” somente como as do Enem, é mais seguro.

Eis, um festival.

Nada pessoal, é só a minha delicada audição, que se encolhe desesperada após ouvir uma leitura “adivinhada”… E o tempo não finda aquele parágrafo interminável e torturante de se ouvir.

Já no laboratório mais uma pérola contraída para o “anais” deste espaço, não, não há como descrevê-la fielmente, mas um andar desajeitado, cujo “boa noite pessoal” meio forçado, segue por uma solicitação de “divulgação”. .. Tem coisas que não se aprende na escola ou faculdade e antipatia é uma delas.

Então, no retorno depois dos quinze minutos de intervalo, após alguns lances de escada, a professora perdida pelo corredor é “conduzida” àquela sala branca, que agora tem seu número notado, 507, que agora apresenta respingos literais de cores pelos cantos, são só quatro alunos, um amarelo na primeira fila, outro vermelho do outro lado da sala, colado tem um verde, e ao fundo um vermelho meio sério, quase pendendo para o vinho.

Algumas frases soltas ao vento frio do ar condicionado, resultam em frágeis estímulos intelectuais, que sugerem as diferenças… e uma sensação boa de “ouvir”.

Como descongelar o corpo e sentir aos poucos o sangue correr nas veias.

A professora agora é gente, tem história e a cada degrau de sua escalada faz um filme da própria vida para os meros expectadores… Um de cada vez, e quando nos damos conta há mais cores na sala, e mais gente. E tudo foi percebido por meio da audição delicada, ora agredida, ora afagada.

domingo, fevereiro 7

Infrutífera

Nunca começo um post, texto ou redação pelo título, contudo é exatamente assim que me sinto nesses últimos dias.

Estava tão ansiosa por festas, saídas ou sei lá o que, que criei expectativas muito fortes, que resultaram em desastres completos. Meu fim de semana foi chato, frustrante e deixei desencadear em mim o que há tempos não acontecia, uma explosão de raiva.

 4699emo-messbrasil (salvo os momentos únicos que pude usufruir, mas é que os ruins foram marcantes… tamanha a quantidade de controle físico e mental que tive que exercitar, e um a zero para raiva).

Se analisado pelo lado otimista da “coisa” isso é bom, estou de volta à todo vapor. Entretanto, minha preocupação e consequente decepção maior ainda, é que acreditei que essa minha raiva incontrolável já estava dominada e tratava-se de mais uma página virada em minha personalidade. Estava redondamente enganada. 

Pior ainda é ter ciência disso agora com o reinício das aulas.

Amanhã será o primeiro dia do curso de roteirista e retomada das aulas na faculdade também. O primeiro dia é sempre o pior de todos (sempre foi assim comigo), mesmo assim nunca evito de comparecer. Deixar de fazê-lo é como dar minha razão à alguém, gratuitamente. Isso me desarma e dificilmente ando desarmada .

Então lá estarei eu, pontualmente.

Mas, voltando a origem do título deste post, é exatamente o que me tirou o sono ou incitou meus pesadelos mais complexos nesse período turbulento de férias, crises de falta de criatividade. Não é à toa que alguns posts não contribuíram em nada para você ou pra mim. Não me arrependo de tê-los escrito, porém, sou consciente que realmente foram bem pobres. Mas, o que me motivou de certa forma é dizer que também tive muitas dessas ausências criativas.

E, culpo de fato ter me deixado escravizar pela tecnologia. Tudo bem, sei que não é desculpa. Também não é para minha letra manuscrita ter ficado tão feia por falta de uso. Entretanto, deixei de anotar muitas coisas que observei e que poderiam render ótimas discussões e posts criativos, no entanto, não o fiz por não estar com o notebook, como faço no período letivo. Faço minha mea culpa.

Não deixe de anotar nada, ou você pode perder as suas melhores idéias. Depois não adianta fazer cara feia.Todavia as anotações são imprescindíveis para apreender todas as idéias que surgem de apenas uma deixa, por exemplo, é lógico que se perdem porque nem todas são inseridas no contexto no momento da criação, mas é de uma importância quase imensurável mantê-las vivas, mesmo que seja num guardanapo de papel de uma mesa de bar, que ficou esquecido na gaveta do lado direito da cômoda...

Acho que podemos combater o bloqueio criativo nos antecipando ao seu surgimento, não é?

Apesar de infrutífera hoje, deu até para dar uma dica do que não se pode fazer daqui pra frente.

quarta-feira, fevereiro 3

Penúria minha

  Não lembro bem quando, mas foi recente. Um servidor conversava com sua colega na sala ao lado da Assessoria onde estagio. Não sei do que falavam, estava atenta as fotos que deveria diagramar para o jornalzinho interno. Porém, antes de sair ele disse: “A gente vai ficando mais velho e amolece”. As colegas concordaram e logicamente levaram para o lado mais malicioso que conhecem. No entanto, refleti... Viajei dali, num mergulho vertiginoso no mundinho só meu...

Lembrei que alguém a quem tenho uma apresso enorme, ter reclamado comigo por estar um tanto desligado de algumas notícias e ter lido assuntos relevantes, num jornaleco desses...

Que decadência! – Ele exclamou.

P1070706Então, divaguei nos meus textos que ultimamente não têm profundidade alguma...Mas, foi uma exigência de você leitor. Que também não quis mais que eu falasse de mim.

Tudo bem, não se pode agradar sempre. E me sinto pobre ultimamente, mais que em outras circunstâncias.

Isso tem a ver com “amolecer” que o colega citou. Antes era mais fácil ser ácida, agora penso duas vezes mais antes de apontar meu indicador.

“Será que perdi minha identidade?”

“Envelhecer fez com que eu perdesse minha melhor virtude?”

“Talvez meu empobrecimento intelectual tenha a ver com outras vertentes da minha vida?”

Quando era mais nova, bem mais nova, vivia numa bolha cor de rosa (detesto rosa) mas isso foi o que minha melhor amiga me disse na época, quando brigávamos por uma volta a mais nos meus patins... Muita coisa aconteceu comigo depois daquilo. Contudo nunca esqueci. Porque nunca quis viver numa bolha, quanto mais rosa.

Mas me sinto mais pobre do que nunca, intelectualmente falando. Logo esse ano que isso não poderia acontecer comigo... Lamúrias à parte, por onde quer que eu vá, o que quer que eu leio parece que já vi antes, não tem nada de original, nada autêntico. E os meus textos têm sido muito pior que ruins. “As melhores frases não fui eu quem disse”. Ok, não serei mais patética que isso, me sinto assim desde o quarto semestre, todavia se agravou nas férias. E olha que li mais livros do que costumo ler durante o período letivo.

P1070831 Os autores foram repetitivos, mesmo os mais conceituados.

Me aliei a uma liga de outros autores independentes...e o que eles dizem não é mais que um resumo deles mesmos.

Talvez eu busque respostas prontas que não existem, porque a visão que eu tenho do mundo já está turva demais. Não é que eu esteja descontente. Mas minhas teorias foram desconstruídas, meus pontos fracos expostos e não posso mais apontar para o norte e dizer que tá tudo ali, também não posso fugir para o sul. E meu pólos desorientados ficaram surdos, e hoje também eu escuto o silêncio. E isso tudo teve a ver com amolecer.

terça-feira, fevereiro 2

Canalize suas energias para produzir

(De volta  à funcionalidade para compensar a falta de conteúdo de ontem, ok?)

Revista Continuum do Itaú Cultural deadline.jpg Sei que você tem uma vontade enorme de falar aos quatro ventos. Que tal canalizar esta energia toda, para algo mais produtivo e começar o ano com a mente ocupada com algo realmente interessante, com maior visibilidade e que te renda bons frutos?

Seja repórter “Deadline” da Revista Continuum de circulação nacional.

Tudo que você precisa fazer é desenvolver um projeto de reportagem de até  1.400 caracteres ou seja, uma lauda e encaminhar para a seção Deadline (de reportagens) ou ficar bem à vontade para mostrar seus talentos  na seção Área Livre, para trabalhos artísticos como fotos, poemas, ilustrações, música, pequenos contos e outras formas de arte, textos mais reflexivos também têm espaço, como os pequenos artigos.

Os projetos selecionados serão publicados na edição impressa nº 25, meses março-abril de 2010 e/ou na versão On-line.

Todos os trabalhos deverão abordar o tema: A ARTE E A VIDA, assim ficou fácil, né?!

Ah! Já ia esquecendo de dizer, o projeto selecionado também receberá a quantia de R$300,00.

Clique aqui para acessar a página do Itaú Cultural

Público alvo da seção Deadline:

Somente para estudantes universitários de todo o território nacional. Não importa o curso que esteja matriculado, desde que seja na graduação.

Prazo para envio do projeto de reportagem:

Encerram dia 08 de fevereiro de 2010, na próxima segunda-feira então, não perca tempo!

Forma de envio do projeto: Pelo e-mail participecintinuum@itaucultural.org.br.

Inscrição é gratuita.

Mais informações sobre prazos, regulamento, convocatória e ficha de inscrição, clique aqui.

segunda-feira, fevereiro 1

Não diga que não falei da segunda

bored O que dizer de uma segunda-feira… Bem, acordei morrendo de preguiça, resultado de ter ido dormir tarde. E, também tinha que ir ao banco, um bom motivo para não querer sair da cama. Contudo, prefiro culpar a segunda-feira (síndrome do Garfield).

Convenci meu pai, não sei como… de  que iria amanhã. Sei lá tenho uma teoria (que lidera todas as minhas outras teorias, até as que ainda não desenvolvi) que quando fazemos algo insuportavelmente chato na segunda-feira, o fazemos toda a semana. Então, se você detesta ir às compras, não vá na segunda. Se não quer ir ao médico, definitivamente segunda-feira não é o dia certo, se não te faz bem a idéia de dieta, nada de segunda. Enfim…

De tarde foi melhor. Meu dia hoje foi produtivo, apesar de estar extremamente delicada, é isso acontece comigo às vezes. E acredite, hoje eu não me estressei nenhuma vez.

Post merecido!

xxx

PS – Sei que você achou isso um saco! Pior ainda aquela sensação de ter perdido seu precioso tempo lendo o que não te acrescentou nada não te sai da cabeça… Tudo tem uma explicação lógica, “console-se em saber que nada de muito emocionante aconteceu comigo também”, rsrsrs, desculpe não consigo ser menos má.g_ani

xxx

Agora falando sério, tive um sonho estranho. O pior é que acordei sem entendê-lo, a noite parte dos diálogos aconteceram, fiquei sem reação, porque lembrei do sonho, calma, não foi um simples dèja vú, sei a diferença… Fazia tempo que isso não acontecia. Pra falar a verdade achei que tivesse perdido “a magia” depois que me tornei cética demais. Agora não sei como lidar. Legal, né? Um sinal de que as mudanças ainda estão acontecendo.