Sempre tive pressa, porque morri muitas vezes... Literalmente até.
Tenho pressa porque no trajeto até aqui vi pessoas que colecionavam pessoas. Não que eu seja peça única, apesar do sustenta o DNA, não é também que me sinta melhor que qualquer outro, nem tão pouco pior. Contudo, não sou colecionável e sem pestanejar sempre me desfarei do que não me fizer bem.
Sou quem sou, porque já vivi algumas coisas, intensas... Potencializadas para que fosse possível construir um discernimento baseado em teorias, fórmulas e acima de tudo sentimentos.
Carrego comigo cicatrizes de guerra, as mais profundas, de que me lembro, travei comigo mesma.
As mentiras tomam forma de verdades se contadas muitas vezes, quem sabe até em voz alta, para que quem as profira, possa acreditar nelas.
A minha verdade se equipara aos meus erros, porque sou adepta da filosofia do sim ou não e justificar os porquês. Essas explicações raramente são bem recebidas, lidas ou interpretadas. A verdade dói, assim como a vida dói... Se não doer como saberemos que não é um sonho? Que não estamos dormindo em nossas camas quentes?
Sou quem sou, porque admito e sustento minhas palavras, meus atos, minhas convicções, mesmo que as quedas sejam inevitáveis. O jeito é levantar e prosseguir.
O tempo nos apresenta caminhos e, escolhemos por quais percorrer... Mas, uma coisa é certa, sempre haverá caminhos... No plural!
A premissa de que há apenas um, além de equivocada, não nos é apresentada com cara feia, ela vem bem maquiada, cheia de enfeites, pronta para seduzir ou apenas encantar.
Me despi sim com o tempo, da carapaça grossa que defendia meus valores, sinto muito quando não sou compreendida, mas não surto por isso. Não perco meu sono.
Me entendo, me aceito e com o tempo, quem sabe um dia... Posso vir a mudar. Porque até as pedras mudam. Ainda assim, descarto e não olho para trás, porque a evolução está sempre à frente.
Hellen Cortezolli