
A fotografia não deixa a desejar, se o expectador tiver a capacidade de submergir a contextualização sugerida pelo autor, de infinitas possibilidades sem conceitos predefinidos de realidades e tormentos existenciais. Particularmente acho que as distorções das imagens que remetem às lembranças pertencentes aos donos das almas experimentadas, permanecessem nas imagens vistas pelos personagens e não nas cenas em que eles aparecem. Acredito que ficaria menos confuso. Obviamente que esclarecer não foi a intenção do autor.
O engraçado na trama é a empatia quanto a angústia que o ser humano traz em sua alma, que às vezes o faz querer se livrar dela, contudo, se essa hipótese fosse possível, sem alma, sem o peso dos sentimentos e totalmente vazios, sentiríamos falta do que tínhamos, da tão amaldiçoada alma. O que essa fantasia toda quer nos dizer?
Numa análise bem superficial pode-se afirmar que somos o que nossa alma é, sentimos e percebemos o que os significados significam (*o trocadilho foi proposital, não ausência de vocabulário, ok?!) por causa das experiências e conceitos de mundo, realidade, crenças etc.
A alma não é só uma força que nos mantém vivos, mas a reunião de tudo que foi possível ser percebido durante nossa existência e muito mais. Congelá-la, faria com que de certa forma parássemos de evoluir, de perceber… assimilar, sentir, ser.
Por isso que depressão é tido como consequências dos males da alma, não há motivos para que tristeza desmedida aprisione a alma e se instale no corpo fazendo doer até os ossos.
Fica a observação de que por pior que sejamos, a única saída é nos enfrentarmos. Assim como não gostar de alguém, quer dizer que não aprovamos algo que existe em nós refletido no outro. É inversamente proporcional ao amor que ofertamos a alguém, nos amamos nessa outra pessoa também.

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