Uma daquelas conversas que rolam na madrugada, quando o
silêncio nos faz companhia e ajuda a assimilar as piores teorias que possam nos
perturbar. Aquela frase singela do
melhor amigo é uma ótima oportunidade para que seus horizontes ganhem outra
interpretação, os polos do universo se abrem e você finalmente se encontra, se
estiver a sua procura, claro.
“Ei, essa pausa tá longa demais” – foi dessa maneira que o
meu amigo/confidente e também jornalista/blogueiro Elton Tavares definiu minha
ausência do mundo das letras, pensamentos ácidos e cibercultura nos últimos
quatro meses.
Esse meu sono profundo e apatia suspensa sobre os fatos que
mais mexeram na minha rotina, não foram extremados para deixar meus leitores
com gosto de quero mais. Longe de mim
tamanha pretensão. Aliás, rotina é uma
palavra em desuso no meu vocabulário atual. O motivo foi nada além da confusão generalizada
em minhas ideias mais burlescas.
Não deixei de escrever, pelo contrário, só me contentei em
mostrar para duas pessoas, as mais pacientes:
Elton Tavares e Ewerton França.
Amigos que me aturaram nesse tempo todo... e em outros tempos também.
Um dia cheguei a cogitar que se os fracassos fossem
subsequentes eu largaria tudo para começar de outro ponto, sob uma nova ótica. Foi o que fiz e isso não é novidade por aqui.
A mudança foi tão brusca a ponto daquela minha antiga
definição de mim “de pertencer a lugar algum e ser de todos os lugares” estar
tão atual... E não saiu como imaginei, nada seguiu meu plano infalível.
Acreditei em muita coisa e duvidei de tudo, com mais força
do que anteriormente, inclusive dos meus potenciais. Como canalizá-los? A que
me dedicar?
É como ser escrava de uma situação e quando liberta não
saber o que fazer com as novidades. Resolvi ser outras pessoas, ou tantas
quantas fosse possível.
Comédia, pura e sem graça!
Mas, aprendi que:
* Não se pode ter um novo amor sem
resolver paixões mal resolvidas, elas agem como monstros do armário prontos
para te devorar no próximo sonho. E talvez você venha a ser igual ao seu pior
inimigo.
* Adaptação nunca é simples, mas na
simplicidade você pode começar a admirar sem tentar influenciar em nada a forma
com que algumas pessoas veem o mundo. Talvez o mundo delas seja muito mais
bonito que o seu. Então, deixe como está.
* Faça tudo que tem medo de fazer,
isso inclui perder o charme característico de sua personalidade em um porre
épico. Porque ninguém tem nada com isso mesmo e você não pode morrer sem antes
saber como é uma amnesia alcoólica.
* Encha a bola de um cara que
acabou de conhecer, fique com ele se tiver vontade, faça-o acreditar que você
seria capaz de se apaixonar só por causa do timbre da voz, mesmo que não seja
verdade. É lindo o brilho nos olhos dele e o poder ainda é seu.
* Ouça músicas que você detesta, as
pessoas se divertem mais. O rock and roll nunca vai abandonar sua alma confusa,
ele sempre será seu porto seguro, quem você realmente é. Não importa qual a sua
condução (carro, moto ou cavalo), você sempre será do rock, bebê!
* Dance, dance, dance muito, divirta-se
como nunca, talvez não haja uma segunda vez.
* Faça um piquenique daqueles que
você só viu em ensaios fotográficos de revistas... Escolha um dia em que o
clima ainda estiver bom, depois que chega o inverno não é tão divertido assim.
* Registre tudo, mesmo que seja
impossível de mostrar para alguém.
* E, finalmente, mesmo que não haja
ninguém para ocupar o seu coração, ou aqueles pensamentos acompanhados de boa
música até às 6h da manhã, o importante é sentir que ainda é capaz de amar.
Mesmo que o seu jeito seja assim, meio torto, porra louca, complicado,
explosivo... Porque segundo o seu melhor amigo/psicólogo: “você cria uma
situação difícil, deleta a solução da sua criação e fica deprê”...Esta sou eu,
mas poderia ser você também. Rs rs