"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

quarta-feira, maio 7

Casos que a mídia gosta de explorar


Nos textos “O caso Isabella Nardoni é uma nova Escola Base?” de 02/04/2008 de autoria de Luis Antônio Magalhães e “O drama de Casagrande e a imprensa marrom” de 01/04/2008 também de Luis (disponíveis no site Observatório da Imprensa), pode-se constatar que o jornalismo ainda é uma ferramenta utilizada para ganhar dinheiro, não que isso seja ruim, acontece que nesses casos específicos o jornalismo é utilizado apenas para este fim. Perde o real propósito que é a verdade, fere o código de ética e deixa a sociedade a mercê de interesses particulares desse ou daquele veículo de comunicação.
Isenta-se da função de relatar um fato e assume o papel de algoz. Maltrata uma nação e ainda assim é “respeitado” pelo exercício da função. Vale lembrar que existem verdades e que estas verdades são moldadas de acordo com o que se quer atingir, sendo mais ou menos enfático em determinados pontos. Em ambos os textos datados , é visível que o episódio “Escola Base” não foi assimilado, apreendido e tampouco o que ocorreu com aquele casal, serviu para que o ser humano fosse de fato valorizado, preservado.
De meros espectadores, passamos a pensar como juízes, como se competisse a nós a conclusão dos acontecimentos. Mesmo que seja de responsabilidade da sociedade e que todos façamos parte dela, não nos cabe esta função. Ora, devemos sim, nos questionar quais os interesses desses meios em abordar determinado assunto dessa forma. Provavelmente a construção desses “anti-modelos” apontados pela mídia utiliza de forma sutil ou não, o apedrejamento, como acontecia em praças públicas na era medieval. O que será pior, consumir verdades manipuladas com o intuito de ganhar dinheiro, exercitar a capacidade do ser humano de ser cruel ou submeter o jornalismo erros grotescos e imperdoáveis que mancham sua história? A crueldade do ser humano, mencionada a pouco não se trata em nenhum momento de poupar, mas de preservar o respeito pelo ser humano, por todos os cidadãos que assistiram até aqui perplexos, indignados, mas que nem por isso decidiram fazer justiça com as próprias mãos, condenar quem quer que seja.
O chamado clamor popular só aconteceu porque a mídia aplicou nas massas doses cavalares de repúdio e seria louvável obter esses resultados nas mais diversificadas áreas em que a sociedade por obrigação deveria ser mais participativa. Contudo a criticidade se dá ao fato de se tratar desses casos em especial, porque com esses temas as estatísticas do jornalismo aumentaram, logo se vendeu mais jornal impresso, revistas, a audiência das emissoras de tv, enfim, aumentaram assim os lucros. E do que era mesmo que estávamos falando, ah, sim! Uma criança foi assassinada e um ex-jogador de futebol se envolveu com drogas.