"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

domingo, janeiro 24

Original, só os “Piratas”

(Dá-me a mão a mim, e a outra a tudo que existe. E assim vamos os três, pelo caminho que houver)… Frase tirada da agenda 2010 do Alma Negra.

Não se tratava de um sábado entediante, só não estava normal, talvez porque a sexta-feira não havia sido como as dos últimos tempos…

Havia uma tristeza esquisita, ou qualquer outra coisa que se aproximasse disso. A cidade parecia deserta, pessoas dispersas e um lugar bonito que falava de solidão o tempo todo.

Antes obviamente, uma mesa quem sabe no lado norte, quem sabe até, bem perto das águas, onde está fixada “mais uma obra do Governo do Estado do Amapá”. Entre estressado e saia zen…Interprete como melhor lhe convir.

Viagens à parte, esse foi um sábado, onde a “Pirataria” estava inspirada, nunca igual, sempre diferente.

Contudo, Alma Negra, o Pirata Bilíngüe (que domina o inglês mandarim) este estava sumido, e resolveu dar as caras… É claro, que não poderia faltar o Mestre das Ilusões. Aspirante convocada, e o moço de cabelos compridos, cujo riso se consegue fácil… Todos ao redor da mesa, naquele lugar onde naquela noite em especial, o vento não batia, parecia preguiçoso, o que havia acontecido ao lugar?

Especulações vinham de todos os lados… Até que um rapaz com sorriso branco, dentes perfeitos, olhos vermelhos, e uma frase de efeito, roubou a atenção.

Sabe aquele tipo, que te diz alguma coisa e você fica sem reação, só para ver no que vai dar? Então.

Ele fazia trabalhos manuais e reproduziu a imagem que estava em sua mente…Mostrou aos que sentados sorviam a cevada de seus copos pequenos, porém, transbordando de intensões, a cada gole uma frase, um flash e submergiam todos às lembranças de infância, que trouxeram à tona também “Brasis autênticos”, perversões, citações e tantos outros ãos e ões.

As lembranças depois de alguns dias sofrem mutação, farei o possível.

… Mas, o que marcou foi o cara dos trabalhos manuais… Que depois da paisagem no azulejo, se levantou, deu de brinde mais um sorriso e concluiu:

“O incentivo não é comprar… é deixar mostrar o trabalho”.

Poderia ter encerrado a noite aí, mas pirata que se presa não parte em barca furada sem antes rir bastante, e que seja de alguém vivo. O cantor mambembe que o diga, ofereceu o cd de mesmo nome, todo mundo liso… Deu mais uma volta e ofereceu novamente para o Alma Negra. Cara! Logo para quem. Virou chacota na mesa logo ali em frente.

E falou-se sobre a falta que o vento fez. E da “Perestróica”, que ninguém lembra porque foi citada na história, de Isabela que só ficou olhando de longe, talvez com saudades do arroche do Hermético na semana anterior, esta entrou de vez para o clube dos carentes.

E o guarda-roupa que virou penteadeira no meio do nada. Mosquitos sortudos, e a recusa do dinheiro que não foi feita, por ser dinheiro… Aff!

De Alma Negra, o homem filosofa:

“Relaxa que o ser humano é cachorro… Dilata e fica”.

E mais:

“Até gelo pra esquimó eu vendo”.

Conclui-se com esta que pode-se esperar tudo.

Até que a lua fique logo ali, como vida breve de mosca que não almeja nada menos que tocá-la, mesmo que morra feliz acreditando que poste é paraíso. Deixa que morra feliz.

Porque “original, só os piratas”. E que tudo fique registrado!

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