( Parte I )
Da primeira vez que ouvi alguém falar nesse tema até hoje, já passa algum tempo e de lá para cá fiz dois cursos de Direção Defensiva e um de Direção Defensiva e Ofensiva, esse último específico e direcionado a um público restrito, ministrado por integrantes do Departamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF-AP) eminentemente prático com instrutores de extrema perícia e vivência no assunto em âmbito nacional.
Mas, voltando ao ponto inicial e diretamente no assunto, na primeira aula o instrutor dirigiu-se a todos e expôs a seguinte situação: - Você se depara com uma batida que envolve dois veículos, tendo um abalroado à traseira do outro, a pergunta que vem em mente é: “- Quem é o culpado?”.
Logicamente que todos responderam e você também deve estar pensando: - O de trás. Teoricamente “sim”, porém com o decorrer de vários aspectos a serem analisados veremos que essa inferência é no mínimo prematura. Pois, a direção defensiva nos oferece outro prisma, a começar por questionar o que o condutor da frente fez para evitar o acidente? E, baseado nisso veremos que ele em determinados acontecidos é e, será tão culpado quanto o de trás que bateu.
Você que possui CNH, que assistiu algum curso (digo, assistir com o corpo e a mente presentes, com o celular desligado, despreocupado com o almoço; as crianças na escola; o sono; o pagamento que está longe; as contas atrasadas e tudo mais que serve de evasivas para desviar a atenção da atividade-fim), sabe perfeitamente que alguns detalhes são fundamentais para a prevenção de acidentes banais como esse.
Não pretendo pormenorizar, pois além de entrar em área que gera recursos e isso poderia ser tomado por alguém como um afronte aos seus interesses, inibiria aos futuros alunos dispensar maior atenção, e minha intenção é exatamente ao contrário.
A modernidade, a gama de produtos e serviços oferecidos hoje, têm desvirtuado aspectos importantes e extremamente vitais para a segurança no trânsito.
Eis alguns: Pará-brisas (muito) escuros; faróis de xénon; som; pen-drive; DVD player; lanternas traseiras com cores diversas (a luz vermelha tem a ver com propagação pela influência direta da atmosfera, não é mero acaso); única luz de ré; adesivos e por aí vai, não obstante, alia-se: impaciência; não uso do cinto de segurança; o condutor com óculos de sol; sentado com desconforto (banco desajustado); fones de ouvido;
Celular; cigarro; bebida (e veja que não necessariamente com teor alcoólico, até mesmo o ato de ingerir água com o veículo em movimento, leva o condutor além de desviar a atenção tirar uma mão do volante); crianças; animais; “esquecimento” de sinalizar a mudança de direção (setas), já eu afirmo falta de costume, desleixo, distância mínima (frenagem) etc. Vejam que omiti de propósito questões de cunho pessoal inerentes a cada condutor tais como: biotipo, necessidades de lentes, adaptações especiais, etc.
Depois disso tudo vamos agregar ruas esburacadas, mal sinalizadas, pedestres, ciclistas na contra-mão, “motoqueiros” (grifo meu pois, sou motociclista), adversidades climáticas, manutenção do veículo (direção, freio, suspensão, pneus, luzes de freio, ré e de mudança de direção), crianças (muitas vezes nem tão crianças) em plena na rua com pipas, bola, taco, queimada, entre outras tantas situações as vezes inusitadas.
Nesta primeira parte o propósito é unir-me a outros desejosos de ver a tão sonhada paz no trânsito e contribuir de alguma maneira para que no mínimo haja uma reflexão de que todos nós temos e devemos responsabilidades, condutor ou não, com habilitação ou não, até mesmo como passageiro no banco de trás do táxi ainda, podemos sobremaneira contribuir.
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