"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

domingo, abril 17

Undergrounds em território playboy

Máscaras para que amanhã eu possa esquecer o que vivi hoje  Tem momentos em que somos acometidos por uma vontade incontrolável de fazer tudo ao mesmo tempo e, pessoas com essa particularidade tendem a ser atraídas por outras com características parecidas.

O mais interessante é a sintonia que propositalmente muda completamente a rota! Mas, o que isso tudo tem a ver com undergrounds em terreno playboy? Tudo!

  Os hábitos às vezes incomodam. Ir sempre aos mesmos lugares, inevitavelmente faz com que nos deparemos com as mesmas pessoas, por conseguinte podem não ter nada mais a acrescentar. Discorrendo ainda pela linha tênue do experimentalismo, ousar ou dar um passo para o precipício de olhos fechados… pintar a tela em branco*, assim como se permitir fazer o que nunca se fez antes*, podem ser interpretados como impulsos que não devem ser renegados ou reprimidos...

  Se permitimos conhecer novos territórios, pode ser tão chato, saber o quanto fútil as pessoas podem ser, tão vazias... O pior é que apesar da pose continuam a transpirar a ausência interior por todos os poros. A falta de educação desconstrói a ideia de que educação obtida em bancos escolares seja de fato solução para falta de caráter ou valores morais, ali... quanto maior o grau de instrução, maior a grosseria por pouca coisa. Quem sai de casa para isso?

  O divertimento é rir e saber que de certa forma é possível observar de fora, sem se contaminar com a vacância de qualquer coisa. Sobram apenas perfumes ruins, roupas deselegantes e os excessos obviamente, de todos os gêneros. Apesar de claustrofóbico, é bom saber que não são os lugares que fazem as pessoas, mas o inverso.

  Todas as bobagens assimiladas, perdidas em algumas doses entorpecentes de não querer recordar nada, despertam mais avidamente depois de ler poucas linhas de Bukowski disponíveis na mesa ao lado da cama. E sem saber o que fazer, nem para onde ir, nem os motivos de não saber... Surge a necessidade de exercitar a arte de pensar em não pensar em nada, nem na hora, tão pouco depois.

  O que vale é a diversão, o momento, apesar da espera, do cansaço e do deslocamento, das marcas pelo corpo, das farpas, de todo o esquecimento. Enfim, sábado incrivelmente produtivo.

(*) Dicas de Sílvio Carneiro e Thayná Rodrigues respectivamente. Colaboração direta Camila Karina e Camila Ramos para o sábado ser como foi.

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