O que não posso jogar fora é minha pele. Mesmo quando a poeira me faz triste e doente. Tenho um segredo: planejo desde o ano passado um suicídio muito delicado. Planejo esperar a poeira, me ver empoeirar. E depois, escrever assim: "Dormiu e acordou empoeirada".
Sentou na cama. Ficou imóvel por muitos dias. O quarto fechado. Ninguém na casa. Apenas ela, os móveis e os objetos. Todos silenciosos e em completa imobilidade. Ela respirava devagar como quem percebia a cama respirar e também as roupas e os sapatos. Ela estava muito silenciosa, e atenta. Respirava devagar; as prateleiras do guarda-roupa e as cobertas também respiravam devagar. Na rua havia ruídos e latidos de cachorro, mas ali no quarto todos se concentravam no que havia de silêncio. Ela sentia que havia descoberto um buraco. Até que fechou os olhos e dormiu um pouco - ainda imóvel e silenciosa. Então, dormiu e acordou empoeirada.
P.S ESSE EU ACHEI A TUA CARA, HELLEN... com esse teu breve ócio paranóico
* Recebi esse presente de um amigo meu, ele pediu para não identifica-lo, mas não resisto indicar seus cuidados... Tenho um carinho enorme por ele, foi ele quem sempre falou o que pensava a meu respeito, mesmo antes de nos tornarmos amigos (achei isso o máximo). Talvez tenha sido a primeira pessoa a se desculpar comigo, por não ter ido com a minha cara (rsrs), já que respeito as opiniões contrárias as minhas. O respeito e admiro ainda mais por isso. Por não ter papas na língua, nem a necessidade de agradar ninguém. (Sei que levou um tempo, mas sempre cumpro com minhas palavras, para você meu anônimo favorito, obrigado, tá?).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua vez!