Meu relacionamento com a escrita, por vezes já falei sobre
isso... Na ocasião me referia a uma relação meio problemática, não muito diferente
das relações pessoais. Às vezes me faz refém, outras é quase como um vício.
Tive momentos em que não pude escrever, não sei se a ação me
ajuda a organizar os pensamentos, se na busca da construção das frases meus
problemas diminuem, ou percebo outros ângulos da dificuldade, só sei que
preciso tanto disso quanto do ar que respiro.
Escrevo muito, textos enormes que acabam na lixeira, em
pedaços de papel que perco em meus bolsos, no bloco de anotações sempre a mão,
nos milhões de arquivos que acabo por excluir.
Mas, escrevo. Durante as madrugadas já despertei de um sonho
que foi traduzido em outras formas, contos, poesias mal feitas, textos revoltados,
meus sentimentos mais íntimos e que nunca serão divididos, enfim... Havia muito
mais de mim neles, naquelas linhas, do que as frases que costumo proferir.
Mesmo quando aparentemente tenho intimidade. Me recordo de
um tempo em que escrevia cartas. Nas muitas mudanças que fiz na vida, em razão
do trabalho do meu pai e nos mudamos para um lugar, em que odiava tudo, até o
clima. Foi por meio de uma carta que consegui descrever o tamanho da minha
aflição.
Cartas... Não as escrevo mais. Contudo, escrevia muitas histórias
verdadeiras, outras unilaterais, muitas linhas foram direcionadas, algumas
perderam o sentido, outras ganharam consistência. Talvez ainda continuem sendo unilaterais. Meias verdades ou mentiras inteiras?
Não sei ao certo o porquê do texto de hoje. Me sinto
quebrada, algo dói e não sei bem o porquê. Triste isso!
No fundo, somos todos incongruentes, dizemos o que queremos
e o que não queremos. A incongruência está na nossa capacidade de mudar de
ideia. Não me opus à mudança alguma, às vezes me pergunto: O quanto posso e
quero mudar, ou por que eu mudaria?
Por hora de mim, não sei.
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