"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

terça-feira, novembro 10

Histórias de um contador de histórias


Um senhor que um dia se deparou com uma realidade na redação do jornal onde trabalhava, após passar pelos cargos de repórter, subeditor, editor e chefe de reportagem...  Se deu conta que “não havia espaço para pessoas de cabelos brancos, menos espaço ainda, para pessoas que nem cabelo tem mais”.


Num traje de camisa azul bebê, calça verde-musgo clara e sapatos marrons de sola confortável, Francisco Ornelas, diretor do projeto FOCA do Jornal O Estadão, se apresentou para uma platéia cheia de mentes onde borbulhavam curiosidades, tendo como admiráveis os acumulados 42 anos de profissão...

Presenteou os ouvintes atenciosos, acredite com exceção das moças sentadas às minhas costas, que faziam projetos cujo tema principal era sexo, ninguém piscava.
E, a cada ponto e vírgula era mais uma história interessante de alguém que construiu a vida com o jornalismo. Dele mesmo, que no início a mãe não o apoiou, porque o salário era menor que o da cozinheira da família, e para o pai que acreditava que coisa de gente jovem é o estudo.

O único que o apoiou desde sempre foi o cunhado que o incentivou com um comentário, ao saber que Ornelas tinha conseguido o primeiro emprego como jornalista do Jornal da cidade:
      - Legal Chico, só falta você ir para o Estadão!
Quatro anos depois...


·                      -Estou no Estadão!
·                      -Legal Chico, só falta o New York Times!


Vinte e quatro anos depois...


-Estou no New York Times!
-Ah! Não falta mais nada!


E histórias como a de Lourival Santana e Priscila Neri (seja curioso, faça a lição de casa e pesquisa sobre eles, achou que eu facilitaria as coisas, né?).
Frases clássicas como: 

“Vocês escolheram a mais fascinante profissão do mundo”


Se entre aqueles que escolheram o jornalismo como profissão, está os que querem ganhar muito dinheiro, desistam, dá pra ganhar o suficiente para pagar boas escolas, mas não ficar rico.



O projeto


“Um programa que abre as portas para as escolas de jornalismo e que possa proporcionar aos acadêmicos um espaço para exercitar”, esses foram os argumentos de Ornelas para convencer o dono do jornal.


          Quanto vai custar?  - Perguntou ele.
           Nada. Respondeu Ornelas.


E assim... 
De 23 a 25 mil é o número dos jovens jornalistas  já inscritos no programa. 
Que disponibiliza 30 vagas todos os anos no período de setembro a dezembro, destinado a alunos no último semestre do curso de jornalismo ou formados a pelo menos dois anos.
Atualmente 85% dos estudantes que passaram pelo projeto exercem a profissão em grandes veículos de comunicação.


Dicas infalíveis
"Não peça por emprego, este nunca tem, peça por trabalho que nunca termina".
"Não existe incompetente com sorte, então dedique-se".
"Demita o patrão: Tá demitido, não trabalho mais para você!" (rsrsrs).
Essa foi a palestra que mais me emocionou, por alguns instantes, acredite...quase chorei.
   




2 comentários:

  1. "O que parece sempre é"

    "Quem não tem projeto de vida, fará parte do projeto de alguém"
    (Francisco Ornelas)

    - A Cortezolli escreve muito bem, só falta ir para o Estadão! (Ingrid Silva).

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  2. Oh! Linda, não esqueci que você foi a primeira a me incentivar por causa do blog, lembra? Se um dia eu conseguir algo parecido, também não vou esquecer de você! Obrigado por essas frases também, não pude anotar todas, :)!

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