O twitter além de uma ferramenta muito eficiente para a comunicação, também gera estímulos além de muitas bobagens divididas online, o foco desse início de postagem são justamente os estímulos.
Cheguei a mencionar bem no canto desse espaço onde fica um chat especial e rápido para quem não curte esperar pela caixa de comentários, que Thiago Soeiro, lançou um desafio. Não costumo correr de obstáculos, mas confesso que havia desistido de dividir minhas percepções sobre o assunto considerando minha falta de ou excesso de… bom, cada um interprete como melhor lhe convir.
Por outro lado, achei coerente postar aqui também, já falei de sexo… É uma questão de justiça me posicionar quanto ao amor também.
Na segunda-feira à noite o encontrei pessoalmente e ele me lembrou dessa “dívida”, morri de vergonha e me enchi de coragem para discorrer “meia dúzia” de asserções de um mundo só meu. Este texto foi escrito especialmente para o blog Amor Cafona, mas fique à vontade para critica-lo… Acho que minha permissão é desnecessária, né?
Há tempos penso em como vejo o amor e seus significados
Imaginei que amor verdadeiro fosse somente aquele de pais para filhos, mas minha interpretação a respeito é ainda menos fantasiosa que o próprio amor lírico com o qual somos iludidos ainda crianças.
Se pensarmos nos motivos que levam alguém ficar com outro alguém, e dessa união resultar em fragmentos das duas personalidades consolidadas em outra, que supostamente levará consigo para o resto de sua vida genes, capazes de provocar lembranças de quem os gerou inicialmente, é um agente totalmente egoísta.
Surge dessa perspectiva mais uma teoria do caos ou pior ainda, essa maneira distorcida de ver o mundo. Cujas informações são transportadas por minha retina descrente estimulada pelo hábito de duvidar de tudo, até meu cérebro cético, e logo em seguida se encarregar de distribuir pela corrente sanguínea e poros, expondo a contragosto minha fórmula exata do abstrato e remete novamente a nada mais que o “eu”.
Partindo desse pressuposto, o amor pode vir a ser os próprios valores multiplicados por algumas vezes mais e refletidos no suposto ser amado. Contudo, onde ficariam as justificativas palpáveis da atração entre os opostos? Talvez pudessem ser encaixados no que falta para o “eu” inicial, assim agiria como compensação na ausência de valores, que o hipotético ser amado teria em excesso. Deste modo, os tímidos amariam os extrovertidos, os bonitos amariam os feios e nessa ordem para pior (ou melhor, dependendo do contexto inversamente proporcional).
Ainda assim, o que seria amor numa concepção particular? A realização dos pais nos filhos, o orgulho dos filhos pelos pais e vice versa, a dedicação total ao trabalho, ou a satisfação pessoal? O homem mais bonito, inteligente, atraente e charmoso? A mulher mais feminina, educada, elegante e sensual?
Que se dane, poderei eu uma simples mortal do auge da minha ignorância simplesmente e “egoisticamente” assumir que o amor romântico não existe, salvo o amor próprio, este sim talvez seja capaz de relevar nossos passos em direção a autosabotagem, quando acreditamos amar alguém e que não somos merecedores desse alguém.
Quando o homem perfeito tem todas as imperfeições possíveis e imagináveis, sendo dessa forma imperdoável qualquer falha que nos faça sentir menos que lixo. Quando qualquer outra mulher, feia, gorda, magra, linda, alta, baixa ou sei lá o que for, seja capaz de leva-lo embora num estalar de dedos ou com a frase mais estúpida já formulada, então não nos amamos verdadeiramente, se tememos a concorrência.
Amor quem sabe seja morrer de tanto chorar porque algo saiu errado, porque a frase tão esperada não foi dita, porque o olhar mais desejado não foi para você, quando os pensamentos mais incríveis não tiveram na lembrança traços do seu rosto. Pode ser que esse seja o amor romântico que muitas esperam encontrar, às avessas obviamente.
Então, amor verdadeiro é aquele que me impulsiona a admitir que não sou capaz de amar mais ninguém além de mim. Porque me amo demais para esperar de alguém que não me prometeu nada, corresponda as minhas expectativas, que jamais irão nivelar por baixo, ser razoáveis ou beirar a normalidade, pois deste modo, esta não seria eu.
Pondero sobre o amor, ele hipoteticamente te faz acordar pensando no ser amado, dormir desejando que algo partisse dele naturalmente e fosse direcionado apenas a você. Que os planos de futuro tivessem você, mesmo que na lembrança como a maior frustração da vida dele... Seja ele acometido de dores intoleráveis de saudades e que estas por sua vez, o matem pouco a pouco.
Amor é algo impossível, que faz o tempo parar ou acelerar, e quando você acordar não haverá ninguém lá. Porque na verdade o suposto ser amado só deu formas para um desejo unilateral, de ter suas ilusões materializadas em alguém que nunca te prometeu nada. Isso é o amor romântico, desromantizado em poucos atos.
Amor verdadeiro é aquele que você se permite sentir, sofrer, se doar, sorrir, sonhar, mas não diga que não quer nada em troca, de fato quer ver tudo se multiplicar.
Não se permita mentir a si mesmo, amor... porque no final tudo é sobre você.
mas o que seria de nós sem o amor!?
ResponderExcluirEm uma opinião, simplória e até, vulgar. Concordo com a Cortezolli.
ResponderExcluirE acrescento que o amor é uma ilusão, como aquelas miragens do deserto, por instantes vc encontra sua redenção,um motivo p/ viver, uma nova esperança. + depois de um tempo, vc vê que nada tinha ali e por isso vc precisa continuar andando.
>+ é uma ilusão legal, mas legal que a deserto, ou pelo menos mata com mais dificuldade kkkkkk
Tudo é sobre ele mesmo. Tudo gira em torno dessa doce e necessária ilusão. Adorei o texto, titia. Venceste o desafio do Thi com louvor! rs
ResponderExcluirLi e fiquei entorpecida pelo efeito Cortezolli
ResponderExcluirFui pro centro da cidade olhar vitrines e pensar sobre isso, sim... Pensar sobre o amor.
Srtª. Hellen, impossível criticar seu texto, creio que quando se trata de um assunto tão delicado como o Amor, é possível apenas contribuir com uma opinião pessoal.
Confesso que pra mim é delicado escrever sobre isso, já que há tempos estou com “ressaca” desse sentimento. Passei a vida toda sendo “racional” e dominadora. Por muitas vezes brinquei seduzindo a vida e conquistando as pessoas.
Ano passado descobri que tinha lançado um bumerangue e... PÁÁÁHHHH!!! Ele voltou com força total e me pegou de jeito. Era o Amor, tenho certeza! Mas como amar se eu nunca soube fazer isso? Se eu nunca quis isso? ... Fudeu!!!
As pessoas o definem de várias formas
Gregório de Matos define assim: O amor é finalmente um embaraço de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um reboliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.
Hellen Cortezolli diz: Amor é algo impossível, que faz o tempo parar ou acelerar, e quando você acordar não haverá ninguém lá.
Eu digo que “O AMOR CONSOME A ALMA”, te proporciona a oportunidade de refletir sobre as suas atitudes, de ser menos egoísta, de aprender a conquistar, de conviver com as diferenças de personalidade, de exercitar a tolerância e de sorrir com os olhos brilhando enquanto pensa no outro. Em contraponto ele faz uma coisa que eu odeio... Nós torna dependentes.
Mas voltando ao assunto “Claw e o amor”, foi por causa desse sentimento que eu chorei muito e ainda choro, que eu peguei avião e fui pra outra cidade só pra vê a pessoa por algumas horas, me desesperei e desejei a pessoa mais que tudo na vida, e várias vezes chorei ao escutar uma música, tomei um porre e outras coisas... Extremamente RIDÍCULAS!
“Se chorei ou se sofri... O importante é que emoções eu vivi”. E hoje sei que o meu maior aprendizado foi ... SABER RESPEITAR O SENTIMENTO ALHEIO. Não sei o que é o amor, mas acho que é pra isso que ele serve...rsrs. Ahhh, e... Eu ainda não sei amar.
O filósofo Platão, na Grécia Antiga, dizia que o amor era o filho bastardo da Pobreza e do Ardil. E, sendo assim, “ele é sempre pobre e, longe de ser sensível e belo, como a maioria das pessoas imagina, ele é duro e curtido pelo tempo, descalço e sem teto, sempre dormindo ao relento por falta de uma cama, no chão, na soleira das portas e na rua. Até aí ele se parece com a mãe (Pobreza) e vive necessitado. Mas, sendo também o filho de seu pai (Ardil), ele trama para conseguir para si mesmo tudo que for belo e bom; ele é corajoso, direto e persistente, sempre inventando truques como um ardiloso caçador”.
ResponderExcluirEm suas metáforas, Platão devia falar desse mesmo amor que você, minha querida Cortezolli, fala: o tal do “amor romântico”. Pois este, sim, é duro e vive nos fazendo sofrer com seus caprichos; vive se mostrando carente e mendigando a piedade do outro, como um descalço sem teto; sempre fraco e passivo como quem dorme ao relento, na soleira das portas e na rua. E esse mesmo “amor romântico” é, ao mesmo tempo, extremamente egoísta, querendo sempre e invariavelmente tudo que for belo e bom só pra ele. É assim que, quem ama desse jeito, usa expressões naturais como “minha mulher”; “meu namorado”; “meu amor”; “meu bem”... E tudo vai ficando quantificado sob a sua possessividade.
É como aquele cara que está saindo com uma garota maravilhosa e a leva para um restaurante muito caro, imaginando que no final da noite vai estar com “aquilo tudo” em sua cama e acaba ficando decepcionado, pois tudo o que ele consegue é um beijo de “boa noite” de, aproximadamente, trinta segundos. Ou aquele sujeito que pensa que o amor é, necessariamente, aquela coisa pegajosa e adocicada que te obriga a dar um ramalhete de flores todos os dias e uma caixa de bombons pelo menos uma vez por semana.
Eu penso que o amor seja mais simples do que tudo isso. Mais simples até do que o próprio filósofo imaginava.
Penso que o Amor (colocado aqui com inicial maiúscula propositalmente) seja um sentimento tão grandioso que nós, simples mortais, jamais possamos expressá-lo por palavras. Amor é um sentimento mudo – ou pelo menos indizível, impronunciável.
Ele pode estar entre pais e filhos ou entre irmãos, mas não só nisso exclusivamente, pois caso contrário não haveria crimes de família desde que o mundo é mundo.
Também não é possível estar exclusivamente naqueles que querem egoisticamente perpetuar seus genes.
Não acredito que ele possa ser, simplesmente, nossos “próprios valores multiplicados por algumas vezes mais e refletidos no suposto ser amado”. Assim como não acredito na teoria dos opostos.
Ele também não está só na beleza das coisas, porque a beleza é muito relativa e, por isso mesmo, tão abstrata quanto ele próprio (o Amor).
E também, definitivamente, não creio que possa ser este Amor confundido com o “amor próprio que releva nossos passos em direção a autosabotagem, quando acreditamos amar alguém e que não somos merecedores desse alguém”.
Geralmente, as pessoas costumam confundir o Amor com a paixão (este sim, um sentimento super humano). E nessa confusão, passamos a crer que “Amor seja morrer de tanto chorar porque algo saiu errado, etc.”.
É a paixão – com todo o seu séquito de doces ilusões e amargos arrependimentos – que nos induz ao engano de achar que o Amor verdadeiro seja assim tão fácil de exprimir em palavras. É a paixão que “ama” esperando algo em troca. É a paixão que “ama” nos tornando alienados de nós mesmos, fazendo com que passemos a viver em função de um outro alguém.
O Amor verdadeiro nunca sofre, pois nunca espera nada em troca, pois não aceita barganha. Amor que pede algo correspondente ao que oferece não é amor, é comércio de sentimentos. Pois o Amor verdadeiro é uma dádiva divina somente alcançada por seres separados e inteiros, que retêm sua unicidade, sua individualidade, mesmo estando unidos. O Amor verdadeiro é um terrível paradoxo.