"O texto simplifica meu eu complexo, ora é aliado, ora me faz refém".- Hellen Cortezolli

segunda-feira, janeiro 24

Princesas do século XXI… não querem ser salvas

  Há dias adio... Oh, ódio...   de minha mais pura petulância em acreditar que sou vítima do tempo e ainda assim o procuro de maneira insensata... tentando alcançá-lo. 

  Enfim... assisti na semana passada a mais um conto de fadas da Disney, com aquela cantoria que lhe é peculiar, contudo, me fez refletir profundamente, quando foi que perdi minhas ilusões e dei lugar a minha armadura... Acho que foi aos 14 anos... e lá se vai tanto tempo...

 Bom, mas o mergulho na minha fraca e rasa compreensão de doces ilusões (ou não tão doces assim), do que de fato seja o amor e suas ramificações... Fez com que me afogasse um pouco nas quimeras dessa vez recontadas de uma forma um pouco menos sedutora e não menos fascinante, baseada no clássico dos irmãos Grimm, Rapunzel ou agora, Enrolados… 
 
Contudo, não lembro bem das outras “roupagens”, mas as que a infância nos mete goela a baixo é que todas as princesas devem ser perfeitas, delicadas, inteligentes de uma forma que não ofusque o brilho de seus respectivos príncipes, obedientes à seus pais, de postura invejável e sempre prestes a serem salvas.
Enrolados 
Rapunzel é diferente... ela bate, se defende. Ao contrário dos contos de fadas convencionais, ele não é filho de um cara babaca, ultra, mega, rico, que se gaba de suas posses. Se apaixona por um carinha com cara de safado (como todo a mulher gosta) de barbicha e cabelo bagunçado.
Seu príncipe é ladrão, cara de pau, e inicialmente seu charme nem funciona com ela... e Rapunzel simplesmente o quer para o fim determinado... Desvendar o mistério das lanternas que surgem no céu na noite de seu aniversário.
 
Assim como deveria ser... (usá-lo ao bel prazer... rsrs). O engraçado na historinha é que ela é ingênua, pura, não conhece nada do mundo e ainda assim, está certa de que ele a corresponde, mesmo que as armadilhas que lhe foram preparadas no caminho pareçam provar exatamente o contrário.
 
A vida tão tecnológica nos fez robóticas, porque duvidamos de tudo, acreditamos que o amor romântico e monogâmico deixou de existir, ou pelo menos deixará em breve, para quem quiser uma leitura menos imaginativa e baseada em números que recheiam gráficos, pode-se dizer que as instituições estão falindo… ou por uma visão mais otimista, aquilo que obrigavam as pessoas a serem “infelizes” para sempre, desapareceu. E o para sempre é mais breve! 
 
As mulheres ou quiçá princesas de outrora, não querem ser salvas, alimentam suas ilusões de maneira mais racional, pelo menos algumas… Escolhem o macho que poderá lhe dar crias saudáveis, pelo cheiro, pela conta bancária, pelo tempo que disponibilizam para dar-lhes atenção…como descrito no Discovery Channel…Ou por uma noite basta, a fim de saciar seus anseios igualmente animais. 

 Voltando ao que motivou esse post, tão patético como tudo que se refere ao amor, seja ele, chato, errado, passional, unilateral ou simplesmente impossível, acredito até que os amores platônicos ainda são os melhores, porque não podem ser destruídos... O mais bonito não é ser amado (a), por mais que essa seja a justificativa para nossa covardia diante do que realmente achamos que precisamos, mas é pensar que o sentimento vale a pena se fazer sentir e não fazer sentido, mesmo que não seja valorizado como mereça. Algo para lembrar quando envelheçamos, para imaginar que o tempo que foi perdido, não foi só perdido…


Informações sobre o filme Enrolados
Com direção de Nathan Greno, a animação da Walt Disney Pictures tem 100 minutos de duração. ENROLADOS é uma comédia de animação musical com muita ação sobre uma menina
com mágicos cabelos dourados de mais de 21 metros de comprimento. Rapunzel, a princesa que foi raptada do castelo de seus pais quando bebê é mantida presa em uma torre e sonha com aventuras. Agora uma adolescente determinada e criativa, ela realiza uma fuga de arrepiar os cabelos com ajuda de um ousado bandido. Com o segredo de sua linhagem pesando na balança e seu captor em seu encalço, Rapunzel e seu amigo encontram aventura, emoção, humor e cabelos... muitos cabelos. Com música de Alan Menken, esta comédia reimaginada do clássico dos irmãos Grimm.


Informações sobre amor…
DSC01077Ah, vá sentir… pô! Não entendeu nada do que escrevi?!
Não tem receita não. As pessoas não estão dispostas a crer, não acreditam no que ouvem ou não merecem perceber… nem se permitem sentir. Gente burra!

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